Análise ao Austrália-Nova Zelândia, parte V

Que alterações deve introduzir Michael Cheika na equipa dos Wallabies para o jogo do próximo fim-de-semana?

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Na quinta de seis análises de Francisco Branco e Luís Cassiano Neves ao Austrália-Nova Zelândia (27-19) do passado fim-de-semana, que ditou a conquista dos Wallabies do Rugby Championship e que serão publicadas até quinta-feira, Francisco Branco, coloca uma questão sobre a partida a Luís Cassiano Neves.

 

Francisco Branco: Vês necessidade de mudar algumas peças da equipa da Austrália? Qual era a equipa em que apostarias para o próximo jogo?

 

Luís Cassiano Neves: Vejo a necessidade de introduzir, imperativamente, um homem: Matt Toomua. O único capaz de, a partir da posição 10, levar o jogo para a linha, sendo uma verdadeira ameaça, até porque pesa quase 100 quilos. É um defensor exímio, também. Por outro lado, revela uma tremenda capacidade para variar o jogo, algo que Foley neste momento não tem. Quade Cooper não tem demonstrado, nas oportunidades concedidas, capacidade para quebrar defesas e sinceramente, sem as suas rupturas, não mostrou habilidade para funcionar como pivot de alargamento no modelo de Cheika.

 

Toomua sabe funcionar a partir do “9”, sabe funcionar a partir do “10”, liberta penetradores próximos e sabe jogar com a segunda linha atacante. Criticamente, em cima da linha, sabe explorar ao pé os espaços criados pelas defesas “rush”. Basta rever o ensaio de Ashley Cooper. Esperou até ao último momento pela subida de Savea e colocou a bola na perfeição nas suas costas. À primeira vista, pareceu-me falha do ponta neozelandês, que julguei que tivesse subido demasiado cedo. Na repetição vi que Savea fez tudo bem. Ben Smith, bem posicionado, cobre bem a corrida de Cooper e falha uma placagem difícil, mas possível. Um ensaio fenomenal, que deve tudo à visão de Toomua e à incansável contribuição de Cooper.

De resto manteria Giteau a “12”. Kuridrani é um problema. Joga como um “12” e tem capacidades técnicas que o tornariam um excelente “12” no molde de um Nonu de há seis ou sete anos atrás. A opção seria trazer Cooper para “13”, onde é competente, e introduzir Speight. Contudo, não vejo forma de tirar Kuridrani e muito menos interesse em prescindir de Giteau, que joga na perfeição como segundo distribuidor, oferece uma opção (primeira, até) de jogo ao pé e consegue, apesar dos seus magros 85 quilos, quebrar a linha e dar continuidade entre linhas. No “pack”, manteria todos, incluindo Horwill. 

 

Nota: Texto escrito antes de ser anunciado o XV da Austrália para o confronto na Nova Zelândia.

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