Gérard Depardieu e 13 artistas russos na lista negra da Ucrânia
Considerados uma ameaça para o país por terem apoiado os rebeldes pró-russos, artistas e suas obras estão banidos do país. Lista pode aumentar.
Gérard Depardieu já tinha mesmo sido impedido de entrar na Ucrânia no mês passado, altura em que foi informado que estava banido do país durante os próximos cinco anos. No entanto, neste sábado, o Ministério da Cultura da Ucrânia oficializou a proibição, divulgando uma lista de 14 nomes que o Estado ucraniano considerou serem “uma ameaça à segurança nacional” pelas declarações de apoio que os artistas deram às forças pró-russas.
Segundo a BBC, o Ministério da Cultura seguiu instruções dos serviços de segurança de Kiev. Entre os nomes banidos está Iosif Kobzon, ex-deputado e popular cantor russo, que tem sido um grande apoiante dos rebeldes no Leste da Ucrânia, em particular na zona de Donetsk, região onde nasceu. Kobzon, conhecido como "o Frank Sinatra russo" já foi também alvo de sanções da União Europeia por apoiar as acções da Rússia na Ucrânia.
O escritor Vladimir Kucherenko, o autor Iegor Kholmogorov, o economista e autor Mikhail Khazin, os cantores Oleg Gazmanov, Valeria Perfilova, Nikolai Rastorguev, Grigori Leps, o produtor musical Iosif Prigozhin, o actor e cantor Mikhail Boiarski e os actores Sergei Bezrukov, Ivan Okhlobistin, Mikhail Porechenkov são os restantes nomes da lista negra.
Na prática, isto significa que não só estes homens e mulheres não podem entrar na Ucrânia como os seus trabalhos não serão mais difundidos no país. À AFP, a porta-voz do Ministério da Cultura Darina Glouchtchenko explicou que, por exemplo, no caso de Depardieu todos os seus filmes terão as licenças de exibição revogadas.
Foi no início de 2013 que o actor francês Gérard Depardieu recebeu o passaporte russo, depois de ter manifestado o seu amor à Rússia, descrevendo o país como “uma grande democracia”. A obtenção da nacionalidade russa, oferecida por Vladimir Putin, aconteceu na sequência do desagrado manifestado por Gérard Depardieu com a intenção do Governo francês de criar uma taxa de 75% sobre o rendimento dos mais ricos – intenção essa que depois acabou chumbada pelo Tribunal Constitucional. Na Rússia, o imposto sobre rendimentos pessoais é de 13%.
A lista negra agora divulgada pela Ucrânia, porém, não está fechada e poderá aumentar nos próximos dias, de acordo com novas instruções de Kiev, lê-se na nota do Ministério da Cultura, segundo as agências internacionais. O El Mundo escreve que em causa podem estar mais de 500 pessoas.
A BBC escreve que algumas destas personalidades reagiram a esta proibição vendo-a como uma boa notícia, afirmando ser uma “honra” fazer parte da lista que os bane da Ucrânia.
No entanto, Franz Klintsevich, do partido Rússia Unida de Vladimir Putin, condenou a acção da Ucrânia, defendendo tratar-se de um castigo a pessoas com pensamento crítico. “A culpa destas pessoas consiste em dizer o que pensam”, disse à agência russa Tass.