Misericórdias contestam críticas dos hospitais privados

Associação dos hospitais privados anunciou que vai queixar-se à Comissão Europeia das "relacões promíscuas" entre as misericórdias e o Ministério da Saúde.

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A linha destina-se a misericórdias, mutualidades e centros sociais de igrejas que se encontrem em situação de ruptura Foto: Miguel Manso

Em comunicado, a APHP falava numa "cartelização da Saúde através das Misericórdias", alertando que a recente "renovação do acordo entre o MS e oito misericórdias da região Norte para a realização de consultas e cirurgias no valor de 125 milhões de euros para os próximos cinco anos configura um reiterado comportamento anticoncorrencial".

O Grupo Misericórdias Saúde (GMS) lamenta a "forma e o conteúdo" das declarações do presidente da APHP, considerando que "em nada dignificam o setor privado da hospitalização".

"Há mais de 500 anos que as Misericórdias portuguesas têm como uma das suas missões mais nobres cuidar dos enfermos e de todos os que sofrem", o que vão continuar a fazer "sem qualquer tipo de concessão", assegura o grupo, lembrando a "relação sadia" que mantêm desde "há muitos anos" com parceiros privados da área da saúde.

"Esta cooperação, de enorme dimensão, tem vindo a traduzir-se em vantagens mútuas para as Misericórdias, para os parceiros e, sobretudo, para as comunidades que servimos", salienta.

O grupo defende que o trabalho realizado pelas santas casas na área da saúde tem sido "publicamente reconhecido" não só pela "actual maioria governamental", como "pelos vários partidos da oposição".

Para o GMS, "a circunstância de os seus hospitais terem sido, pelo actual Governo, definitivamente integrados no Serviço Nacional de Saúde" é motivo de regozijo, porque permitirá "continuar a prestar um serviço de qualidade e segurança a todos os portugueses".

Para o responsável pela associação que representa os hospitais privados portugueses, porém, as relações entre o Ministério da Saúde e as Misericórdias são feitas "ao arrepio das mais elementares regras do mercado e sem acautelar a defesa do interesse dos cidadãos".

"Como o Governo continua a insistir em adjudicações diretas às Misericórdias, não cuidando de saber se outros prestadores fazem melhor e mais barato, a APHP vê-se forçada a denunciar à CE as relações promíscuas entre as Misericórdias e o MS", afirmou Artur Osório .