Liga entre a continuidade com Duque ou a novidade com Proença

O prazo para entrega das candidaturas à presidência do organismo que gere as competições do futebol profissional português terminou nesta quinta-feira e são duas as possibilidades: o actual líder ou o antigo árbitro.

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Pedro Proença é apologista da centralização dos direitos televisivos Enric Vives-Rubio
O antigo árbitro internacional confirmou hoje, em Coimbra, o que Luís Duque tinha feito há uns dias e apresentou o seu projecto. “Há muito a melhorar e muito a fazer”, considerou Proença, cuja candidatura apresenta um carácter de novidade a nível nacional e internacional. Há advogados, antigos (e correntes) dirigentes de clubes (como Duque), futebolistas internacionais, jornalistas e até um apresentador do concurso Quem Quer Ser Milionário?” (Finlândia) entre os actuais presidentes dos 23 membros que compõem a Associação das Ligas Europeias de Futebol Profissional, mas nenhum ex-árbitro.

Luís Duque, ex-dirigente do Sporting, também apresentou oficialmente a sua recandidatura como, vincou, resposta “ao repto dos clubes na assembleia geral e à moção de confiança apresentada”. Para o presidente da Liga, o avanço de Proença é tardio. “É uma candidatura que vem atrasada. Aquele tipo de discurso fazia mais sentido se fosse há nove meses, quando a Liga estava falida e dividida. Neste momento, é uma entidade credível e está estabilizada financeiramente. O primeiro passo foi dado”, defendeu.

Quanto a Proença, afirmou-se suportado pelo “resultado dos diversos contactos” que manteve nas últimas semanas e referiu que pode ser “uma solução de convergência”. Seis meses depois de anunciar o final da carreira na arbitragem, o lisboeta assume agora que quer profissionalizar, credibilizar e valorizar a Liga.

Um ponto importante do dia foi a contagem de espingardas das duas candidaturas. FC Porto, Sporting, Moreirense e União da Madeira subscreveram a lista de Pedro Proença concorrente à presidência, enquanto para o Conselho Jurisdicional se juntou igualmente o Rio Ave. O Marítimo, através do presidente Carlos Pereira, também já afirmou o seu apoio à lista B, de Proença.

Luís Duque, por outro lado, revelou ter a aprovação de dez clubes, cinco da Liga (Benfica, Belenenses, Boavista, Tondela e Sporting de Braga) e cinco da II Liga (Mafra, Oriental, Farense, Desportivo das Aves e Famalicão).

O dirigente revelou-se admirado por não contar com o FC Porto no seu canto, ao contrário do que sucedeu em Outubro, mas defendeu o que conseguiu no seu tempo à frente do organismo que gere as competições profissionais do futebol português. “Terão as suas razões. A certa altura entenderam que o caminho a seguir devia ser outro. Mas estou surpreendido. Não é, de certeza, pelo trabalho que foi feito, não é pelos resultados que alcançámos, não é por termos conseguido a estabilidade financeira, não é por termos conseguido angariar os contratos que angariámos.” Quanto ao Sporting, lembrou que, contra a sua vontade, foi suspenso de sócio por Bruno de Carvalho. “Neste momento, lealdade nenhuma me liga a esta direcção do Sporting.”

Para Proença, é importante que a Liga seja “forte e coesa” e para isso, assinalou, tem que ser sustentável. Segundo o gestor, cujo projecto defende, por exemplo, a criação do Boxing Day (jogos a 26 de Dezembro), de um jogo All-Star, da realização da final da Taça da Liga no estrangeiro ou a centralização dos direitos televisivos, o organismo deve imitar os modelos de sucesso que já foram adoptados nas grandes ligas europeias.

O ex-árbitro asseverou, de resto, que a sua candidatura não é contra ninguém. “Mas sim um projecto conjunto que conta com todos, sem excepção.”

Além da sua candidatura ao cargo principal, Proença apenas apresentou pretendentes ao Conselho Jurisdicional, com o nome de Américo Pires Esteves à cabeça. A lista A, encabeçada por Duque, conta com José Mendes (presidência da Assembleia Geral), Carlos Pinto de Carvalho (Conselho Fiscal) e Ricardo Guedes Costa (Conselho Jurisdicional).

com Lusa

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