PSD, PS e CDS preferem 27 de Setembro, mas também concordam com 4 de Outubro

PCP preocupa-se com participação nas eleições. BE defende que sufrágio deve acontecer o mais cedo possível, mas dentro da normalidade da vida das famílias.

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Cavaco Silva almoçou nesta terça-feira com os diferentes líderes parlamentares Daniel Rocha

O vice-presidente do PSD, Marco António Costa, defendeu, no fim da audiência com o Presidente da República, que, "quanto mais cedo" forem as eleições legislativas, melhor. O argumento é o de que tal "será favorável ao processo orçamental", isto é, à aprovação do Orçamento de Estado. Embora defendam a realização do sufrágio a 27 de Setembro, não discordam do dia 4 de Outubro.

Também o director de campanha socialista, Ascenso Simões, explicou, no fim do encontro com Cavaco Silva, que o PS prefere 27 de Setembro, tendo em conta, entre outros momentos, o processo de formação do Governo e também a aprovação do Orçamento de Estado para 2016. Ascenso Simões acrescentou que o PS gostaria que todo este processo estivesse concluído “antes do Natal, das férias do Natal”, para que o ano civil pudesse iniciar-se com o novo orçamento. Apesar disso, os socialistas também consideram “aceitável” que o sufrágio se realize a 4 de Outubro.

O CDS-PP, segundo declarou o centrista Nuno Melo, vai no mesmo sentido e escolhe 27 de Setembro, considerando que já não interfere muito com as férias dos portugueses. De qualquer forma, também este partido vê com bons olhos o dia 4 de Outubro. "O CDS apresentou como datas preferenciais o dia 27 de Setembro ou 4 de Outubro, muito embora nos pareça que a data de 27 de Setembro seja talvez preferível", disse, no fim da reunião, o vice-presidente do CDS-PP. O argumento para preferir o final de Setembro é o de que nessa altura “a vida normal já retomou o seu ritmo”, com “as pessoas a trabalharem e os alunos nas escolas".

O BE também anunciou a sua preferência pelos dias 27 de Setembro ou 4 de Outubro. No fim do encontro, a líder do Bloco Catarina Martins afirmou que tanto 27 de Setembro como 4 de Outubro são datas “aconselháveis para as eleições” e acrescentou ainda que o sufrágio deve acontecer “o mais cedo possível, mas também numa normalidade do quotidiano”.

A porta-voz do BE explicou que antes dessa altura, as famílias ainda estão, por exemplo, a organizar o ano lectivo e que os dias 27 de Setembro e 4 de Outubro já não colidem com essa organização. “Consideramos que as eleições devem ser marcadas a 27 de Setembro ou 4 de Outubro, que são as datas que são simultaneamente o mais cedo possível, mas também fazem as eleições serem num período de vida normal, ou seja, já com o ano lectivo iniciado”, disse.

Já o PCP e o Partido Ecologista Os Verdes preferem Outubro. O secretário-geral Jerónimo de Sousa defendeu que nos dias 4 e 11 Outubro haverá uma participação maior dos eleitores, uma vez que em Setembro muitos portugueses ainda estarão de férias. O argumento que deve, segundo Jerónimo de Sousa, "pesar na consideração da data das eleições para a Assembleia da República" é o de que o dia escolhido deverá "permitir o máximo de participação possível" no acto eleitoral, "por parte dos portugueses e por parte de todos aqueles que querem de facto participar" no sufrágio.

Para Jerónimo de Sousa, Setembro até poderia ser "um mês possível", mas “muita gente ainda não acabou as suas férias". Além disso, defende, é preferível não condicionar a participação dos eleitores com a abertura do ano escolar.

Interrogado sobre os previsíveis atrasos no Orçamento do Estado para 2016, o líder comunista recordou que, à excepção de 2009, todas as eleições legislativas se realizaram em Outubro. "Não ficamos sem Orçamento de Estado", disse, afirmando que, neste aspecto, o facto de as legislativas se realizarem em Outubro não constitui, até "tendo em conta a experiência passada", qualquer problema.

O Presidente da República ouviu nesta terça-feira os partidos sobre a data das eleições legislativas, que terão de se realizar entre 14 de Setembro e 14 de Outubro. 

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