Reino Unido recusa participar em novo programa para a Grécia

Britânicos não se querem envolver. China aplaude acordo entre Atenas e Bruxelas.

Foto
REUTERS/Yannis Behrakis

A possibilidade de a solução passar por um mecanismo suportado por toda a União Europeia (UE) e que pudesse fornecer financiamento a Atenas foi afastada por Osborne, noticia a Reuters.

A agência indica que o responsável falou com “alguns ministros das Finanças” da zona euro, antes de estes começarem a explorar a fórmula de empréstimo à Grécia, com a intenção de se distanciar de uma eventual participação no processo.

O caminho que Osborne pretende evitar passa pela utilização do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), criado em 2010 e utilizado nos programas português e irlandês, que implica a participação dos 28 países da UE e não apenas da zona euro.

Citada pela Reuters, fonte do ministério das finanças britânico reforçou a posição governamental, afastando a hipótese de que o “dinheiro dos contribuintes britânicos” pudesse ser utilizado no “programa de resgate”.

Fonte oficial da UE, citada pela mesma agência, disse que a opção pela utilização do FEEF era “altamente improvável” e possivelmente não iria ser discutida na reunião desta terça-feira do Ecofin.

China aplaude acordo
O governo chinês saudou, nesta terça-feira, o acordo alcançado entre a Grécia e as instituições europeias, realçando que sempre apoiou uma União Europeia “próspera e unida”.

À agência noticiosa espanhola Efe, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying, garantia que, “como parceiro estratégico da UE e importante parceiro na esfera comercial, a China sempre apoiou a integração europeia”, desejando uma Europa “próspera, unida e um euro forte”.

Em reacção ao acordo entre a Europa e o governo de Tsipras, que significa um novo pacote de austeridade no âmbito de um terceiro programa, o responsável chinês afirmou ainda a disponibilidade para colaborar com a Grécia, “com o desejo de que possa superar a crise e alcançar o crescimento”.

A crise tem levado a China a reforçar a presença comercial nos países europeus, nomeadamente naqueles sob intervenção da troika. Na Grécia, a empresa estatal chinesa Cosco explora, desde 2010, dois terminais de contentores no porto de Pireu, próximo de Atenas, através de um contrato de leasing de 35 anos.

A companhia investiu já perto de 4,5 mil milhões de euros naquele porto e é candidata à compra de 67% do capital da Autoridade Portuária local. O plano é criar um centro logístico para a distribuição de mercadorias do gigante asiático na Europa.

Em Portugal, decorrente dos processos de privatização previstos no memorando de entendimento assinado em 2011, a China State Grid adquiriu 25% do capital do capital da REN, a China Three Gorges assegurou 21,35% da EDP e a também chinesa Fosun assegurou  80% das seguradoras do grupo Caixa Geral de Depósitos (CGD).

Sugerir correcção
Ler 3 comentários