Fotografia
Design: a TAP era a imagem de um povo?
Com o carimbo da “casa portuguesa do ar” (como é descrita a TAP num estudo para um cartaz de 1968) foram feitos cinzeiros Secla — icónicos e muito procurados hoje em dia, associados a outras várias marcas históricas portuguesas —, bonecas de tecido vestidas com trajes populares, sacos com formato da janela do avião, chávenas de café, bandejas, lenços de pescoço. Nos 70 anos da TAP — comemorados no ano em que a sua privatização se concretiza —, o MUDE (Museu do Design e da Moda) inaugura uma exposição dedicada à identidade e ao design da Companhia Aérea Portuguesa, criada em 1945 por Humberto Delgado. “A TAP é provavelmente a única companhia aérea do mundo cujo fundador é um herói da liberdade”, escreveu o neto e biógrafo do "general sem medo", Frederico Delgado Rosa. Há 70 anos, os primeiros aviões tinham capacidade para apenas 21 passageiros e asseguravam a ligação comercial Lisboa-Madrid e a “Linha Aérea Imperial”, entre Lisboa e Luanda/Lourenço Marques. Em 2015, 77 aviões levantam voo cerca de 2500 vezes todas as semanas. Tudo o que ostenta o logótipo da marca faz parte da história da companhia. Estudos para anúncios publicitários e uniformes de pessoal de cabina, brochuras com tarifas, bilhetes de viagens são parte da forma como vemos a TAP, “uma das marcas mais fortes da identidade colectiva”, lê-se na apresentação da mostra no site do museu. “Tap Portugal: A imagem de um povo. Identidade e design da companhia aérea nacional | 1945-2015” — assim se chama a exposição com curadoria de Bárbara Coutinho — está patente no MUDE, em Lisboa, de 15 de Julho a 1 de Novembro.