“Esta é uma decisão desesperadamente injusta e injustificável”, acusou Niccolo Ghedini, advogado de Berlusconi, após o anúncio da decisão, citado pela agência Reuters.

O ex-primeiro-ministro foi condenado a três anos de prisão e proibido de ocupar qualquer cargo público durante os próximos cinco anos. Valter Lavitola, um antigo director do jornal italiano L’Avanti, foi igualmente condenado pelo tribunal à mesma pena de prisão, acusado de ter mediado o suborno a De Gregorio.

O antigo senador do partido anti-corrupção Itália dos Valores confessou ter recebido cerca de três milhões de euros de Berlusconi, em 2006, em troca da promessa de se juntar ao seu Partido do Povo da Liberdade, numa jogada para derrubar o Governo de centro-esquerda de Romano Prodi, situação que veio a acontecer em 2008, após uma votação no Senado.

Il Cavaliere e os seus advogados informaram os juízes que esse dinheiro foi dado a De Gregorio para “ajudar a financiar o novo movimento político”, negando todas as acusações do tribunal de Nápoles. De qualquer forma, o ex-primeiro-ministro não irá cumprir a pena que lhe foi aplicada, uma vez que o delito que cometeu prescreve no início de Novembro e antes que possa ser apresentado qualquer recurso.

Para além deste, Silvio Berlusconi esteve envolvido em vários outros processos judiciais. Recentemente cumpriu uma pena de serviço comunitário, depois de ter sido condenado por fraude fiscal, em 2013, no caso Mediaset, naquela que foi a primeira condenação definitiva do antigo líder político da direita italiana. Isto porque foram vários os casos em que Berlusconi foi ilibado ou viu o delito cometido prescrever.

A mais recente absolvição aconteceu em Março deste ano. Era acusado de ter pago para ter sexo com uma menor e de ter usado a sua influência para o encobrir, mas foi ilibado pelo tribunal.