Prémio Vasco Graça Moura entregue em Janeiro

Prémio de cidadania cultural é promovido pela Estoril Sol e pela Editora Babel. O nome da primeira pessoa a recebê-lo será conhecido a 3 de Janeiro.

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Vasco Graça Moura fotografado em 2012, ano em que chegou à presidência do Centro Cultural de Belém Daniel Rocha

O Prémio, instituído pela Estoril Sol, em parceria com a Editora Babel, tem o valor de 40 mil euros, e o primeiro distinguido "será conhecido a 3 de Janeiro de 2016, coincidente com o dia do aniversário do homenageado", disse à Lusa fonte da Estoril Sol.

"O Prémio Vasco Graça Moura é reservado a uma personalidade de nacionalidade portuguesa, que se tenha notabilizado por um conjunto de obras ou por uma obra original e inovadora de excecional valia para a cidadania cultural do país", segundo a mesma fonte.

De acordo com o regulamento, o Prémio poderá ser atribuído a um escritor, ensaísta, poeta, jornalista, tradutor ou produtor cultural que, ao longo da carreira, tenha contribuído para "dignificar e projectar no espaço público o sector a que pertença".

"Ao promover este prémio, a Estoril Sol e a Babel assumem a convicção de que a sua natureza e abrangência serão o justo reconhecimento pela obra de Vasco Graça Moura, e pela sua imensa, profícua e invulgar polivalência criativa", assinalou a mesma fonte.

"As candidaturas deverão ser apresentadas e fundamentadas pelos membros do júri e por personalidades ou entidades que o desejem fazer", explicou.

Guilherme d'Oliveira Martins, presidente do Centro Nacional de Cultura, preside ao júri, cuja base é comum ao dos Prémios Literários Fernando Namora e Revelação Agustina Bessa-Luís, ao qual presidiu Graça Moura, "acrescentado pelos representantes da editora Babel".

Formam assim o júri José Manuel Mendes, pela Associação Portuguesa de Escritores, Manuel Frias Martins, pela Associação Portuguesa de Críticos Literários, Maria Carlos Loureiro, pela Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, Maria Alzira Seixo e Liberto Cruz, convidados a título individual e, ainda, Nuno Lima de Carvalho e Dinis de Abreu, pela Estoril Sol.

Poeta, ensaísta, romancista, dramaturgo, cronista e tradutor, Vasco Graça Moura morreu aos 72 anos, no dia 27 de Abril do ano passado. Graça Moura desempenhava as funções de presidente do Centro Cultural de Belém, em Lisboa, desde Janeiro de 2012.

Ex-deputado do PSD e ex-secretário de Estado, Vasco Graça Moura foi alvo de várias homenagens no ano passado, nomeadamente pela Fundação Gulbenkian.

Natural do Porto, Graça Moura licenciou-se em Direito, pela Universidade de Lisboa, e chegou a exercer a advocacia, de 1966 a 1983, até a carreira literária se estabelecer em pleno.

Modo mudando marcou a sua estreia nas letras, em 1962, a que se seguiram títulos como Semana Inglesa e O Mês de Dezembro.

Ao longo da carreira, Vasco Graça Moura foi distinguido com vários galardões, entre os quais os prémios Pessoa, Vergílio Ferreira, de Poesia do PEN Clube Português e da Associação Portuguesa de Escritores, que também lhe atribuiu o Grande Prémio de Romance e Novela, a Coroa de Ouro do Festival de Poesia de Struga, o Prémio Max Jacob, de França para Poesia Estrangeira, o Prémio de Tradução do Ministério da Cultura de Itália e a Medalha de Florença, o Prémio Morgado de Mateus, para o conjunto da obra, o Prémio Europa - Cátedra David Mourão-Ferreira da Universidade de Bari, em Itália.

Manifestamente contrário ao acordo ortográfico, reuniu os seus argumentos sob o título A Perspectiva do Desastre, num volume publicado em 2008.