O último strip
Acolhe-se com alívio o final do massacre de música má e coreografias deslavadas.
Discutir se o filme é “dele” ou de Jacobs será académico, porque o filme parece mesmo é ser de Channing Tatum, animador da ideia de uma sequela. Voltam também alguns dos actores e personagens do primeiro filme (mas Matthew McConaughey desapareceu), no que podia ser uma espécie de Os Mercenários (a saga “museológica” de Stallone) com strippers: um último hurrah, para arrasar numa “convenção de strippers” em Myrtle Beach, e depois descanso.
Ao contrário do primeiro filme, que tinha uma narrativa coesa e quase “palaciana”, Magic Mike XXL praticamente não tem intriga, avança como road movie enquanto a furgonete carregada de velhos strippers percorre a Florida e a Geórgia. Os diálogos e os encontros são o elemento-chave mas é aqui que a porca começa a torcer o rabo, porque o conjunto de personagens, mais as conversas entre eles, são quase massacrantes no seu desinteresse. Ainda por cima, se há ironia ou recuo no olhar sobre eles não se nota, como não se nota qualquer ironia no olhar sobre os seus “números”, sempre tudo ordinário e sensaborão ao mesmo tempo.