Catarina Martins elogia sensatez do Governo grego e critica Passos e Portas
A coordenadora do BE defendeu que o Syriza não ultrapassou “as suas linhas vermelhas”.
Embora acrescente que “é certamente cedo para fazer um balanço exaustivo sobre estas negociações”, a líder do BE assegurou que “qualquer acordo é precário e insuficiente” sem que seja acompanhado por uma “reestruturação da dívida” grega.
Esta posição foi assumida no dia em que as negociações tiveram uma pausa, devendo ser retomadas na quarta-feira, com uma nova reunião do Eurogrupo e na quinta, com um novo encontro do Conselho.
Partilhando a leitura optimista que tem sido feita sobre o actual clima das negociações, o tom geral do discurso de Catarina Martins foi de elogio à “sensatez” do governo liderado por Alexis Tsipras.
Mesmo em resposta a uma pergunta sobre as críticas de importantes sectores da coligação de esquerda radical grega, que chegaram a qualificar de "carnificina social" a proposta enviada por Atenas, Catarina Martins defendeu que “é claro que, neste acordo, o governo grego não ultrapassa as suas linhas vermelhas”.
Exemplos? A “recusa do governo grego em cortar nas pensões”, os “cortes na despesa militar”, o “aumento dos impostos sobre os lucros”, a “taxa suplementar sobre as grandes empresas e fortunas”.
Na mira do BE está o Governo português, cuja posição nestas negociações “envergonha Portugal e prejudica o nosso país”. Classificando a posição de Passos Coelho entre as “mais extremistas da austeridade europeia”, Catarina Martins declarou que a possibilidade de um acordo entre a Grécia e as instituições credoras representa “a derrota do [...] discurso” de que não existe alternativa à austeridade.