As recentes transferências de três jogadores do CDUL para jogar em campeonatos mais competitivos é uma excelente notícia para a nossa selecção. Por um lado, a ida de jogadores para fora torna o campeonato menos competitivo, no entanto, outros jogadores mais novos podem passar a ambicionar o mesmo, elevando o patamar do nosso râguebi.
Não é caso isolado, já que Luis Salema e Vasco Fragoso Mendes encontram-se a “respirar” râguebi, bem como os exemplos mais mediáticos de transferências de José Lima, Pedro Bettencourt ou do Diogo Hasse Ferreira recentemente.
Ao Tomás Appleton, Nuno Penha e Costa e Vlady Grikh os meus parabéns por embarcarem nesta aventura, que tenham sucesso e que representem bem o nosso país já que têm um papel fundamental para abrir mais portas.
Este “fenómeno” que cada vez mais começa a ser natural, indicia que os jogadores portugueses não só têm qualidade para se baterem nos melhores campeonatos, bastando para isso o encaminhamento certo, como também que se estão a tornar menos avessos à mudança.
Eventualmente, num futuro próximo, seremos um país exportador de jogadores de râguebi à semelhança de países como a Geórgia e das ilhas do Pacífico Sul (Samoa, Tonga, Fiji) o que a longo prazo será fundamental para a evolução não só da qualidade da nossa equipa nacional como para a aquisição de experiências e know-how que poderá ser transmitido a dirigentes, treinadores e jogadores.
Os resultados no recente Junior World Trophy, em que nos batemos com equipas como a Geórgia e Fiji, aliado à competitividade evidenciada nos últimos anos das selecções mais jovens, mostram que estamos a aproximar-nos cada vez mais das principais selecções, mas só teremos proveito, caso os jogadores alarguem os seus horizontes, arrisquem e experimentem outros campeonatos.
A federação deve estar atenta às oportunidades para os jogadores mais jovens, os clubes devem estar preparados para esta realidade e os jogadores devem lutar e ambicionar por algo mais do que o nosso campeonato.
Só saindo para estes campeonatos é que os jogadores podem expor-se a situações de maior stress e pressão competitiva semanalmente, lidando com jogos de ritmo mais elevado e saindo da zona de conforto, fundamental para os moldar para as competições internacionais.