O novo candidato republicano à Casa Branca é The Donald

Magnata do sector imobiliário e produtor televisivo, The Donald promete colocar a sua fortuna de 8,5 mil milhões de dólares ao serviço da campanha. Mas mais de 50% dos americanos dizem que em caso algum considerariam votar nele.

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"Serei o maior Presidente para a criação de postos de trabalho que Deus já criou” Brendan McDermid/Reuters

“Este país está em sérias dificuldades e precisa de um verdadeiro líder. É por isso que estou a concorrer a Presidente dos Estados Unidos”, explicou Donald Trump no discurso de lançamento da sua candidatura. “Comigo [na Casa Branca] o país voltará a ser grande e coleccionar vitórias. E serei o maior Presidente para a criação de postos de trabalho que Deus já criou”, prometeu o milionário, cujo nome foi sucessivamente apontado pela imprensa norte-americana como um possível adversário de Barack Obama nas eleições de 2008 e 2012.

O próprio Trump alimentou essas notícias, com declarações ambíguas que tanto o davam como certo na corrida na presidencial, como desmentiam quaisquer ambições políticas. Os avanços e recuos anteriores minaram um pouco a sua credibilidade: para provar o seu compromisso, desta vez, o empresário de 69 anos (conhecido informalmente como The Donald) garantiu que colocaria a sua fortuna pessoal, avaliada em mais de 8,5 mil milhões de dólares, ao serviço da campanha.

Os recursos (financeiros) à sua disposição distinguem-no imediatamente dos seus concorrentes republicanos: em termos ideológicos, Trump defende vários dos mesmos pontos da cartilha conservadora convencional, tanto no que diz respeito à importância dada às políticas de segurança e defesa nacional – é apologista da confrontação militar com os inimigos da América – à defesa da redução do papel e intervenção do Estado, e do corte dos impostos, ou à feroz oposição das medidas da actual Administração, principalmente a reforma do sistema de saúde conhecida como Obamacare.

A entrada de Trump na luta pela nomeação republicana foi saudada pelos jornalistas e humoristas norte-americanos, que imediatamente destacaram o seu talento para a produção de gaffes e declarações polémicas como “inigualável”. Ao criticar as políticas de imigração da Administração Obama, disse por exemplo que os mexicanos que cruzam a fronteira em busca de trabalho nos EUA “não são as pessoas certas: são drogados, criminosos, violadores”, e prometeu construir um muro de separação ao longo de toda a fronteira – “pago pelo México”.

A corrida republicana já conta com doze candidatos, e a lista deverá ainda crescer antes do primeiro debate oficial do partido, marcado para Agosto. Será o momento da divisão entre a primeira e a segunda divisão desse campeonato eleitoral: só os primeiros dez nomes das sondagens sobre as intenções de voto terão direito a subir ao palco.

Sem perder tempo, o candidato atirou-se aos seus adversários, criticando as políticas educativas de um dos favoritos, o ex-governador da Florida Jeb Bush, ou as declarações do senador Marco Rubio, o rosto da renovação republicana. “Mas quem é que estes tipos pensam que são?”, ironizou Trump. “Eles simplesmente não têm noção”, respondeu.

Apesar da sua impressionante auto-estima e confiança, as sondagens colocam Trump no fundo da tabela de preferências dos eleitores republicanos. Além disso, numa sondagem sobre a popularidade dos vários candidatos, figurava como o campeão das opiniões negativas, com mais de 50% dos inquiridos a revelar que jamais considerariam votar na sua candidatura.

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