Mau tempo afectou 400 hectares de vinha, pomares e hortas no Douro
A semana passada, vários terrenos no Douro sofreram estragos devido ao mau tempo.
Ao final da tarde de 9 de Junho, uma forte intempérie caiu sobre algumas localidades do Douro, afectando algumas produções agrícolas e caminhos rurais, provocando ainda a queda de alguns muros.
A DRAPN procedeu ao levantamento dos estragos e, segundo o responsável pela instituição, Manuel Cardoso, a área total afectada “é superior a 400 hectares”, sobretudo de vinha, mas também em plantações de maçãs, cerejas e hortícolas.
O mau tempo afectou vinha sobretudo nos concelhos de Alijó, Murça e Sabrosa, no Douro norte, e as restantes plantações no Douro sul, em concelhos como Moimenta da Beira, Armamar, Sernancelhe e Tarouca.
O director regional referiu que os estragos foram muito localizados, mas muito intensos nos sítios afectados: “Temos vinhas com perdas de 80%, só que foram em zonas localizadas, por exemplo em um hectare ou meio hectare”.
Manuel Cardoso disse ainda que “muitos dos agricultores afectados adeririam aos seguros colectivos”. “Não estamos perante as situações totalmente dramáticas que aconteceram há uns anos em que não havia um seguro”, sustentou. No entanto, agricultores e autarcas reclamaram já apoios do Governo para colmatar os prejuízos causados pelo mau tempo.
O responsável pela Direcção Regional de Agricultura do Norte e Pescas do Norte, frisou que o Ministério da Agricultura só vai tomar uma posição definitiva depois de um relatório final que será feito dentro de alguns dias e de uma segunda avaliação às parcelas afectadas.
Os deputados eleitos pelo círculo eleitoral de Vila Real, Agostinho Santa e Ivo Oliveira visitaram esta segunda-feira algumas zonas afectadas dos concelhos de Sabrosa, Alijó e Murça. O deputado Agostinho Santa descreveu à Lusa um cenário de “vinhas praticamente destruídas” e falou numa situação de emergência que necessita da intervenção do Governo para ajudar os pequenos e médios produtores, alguns dos quais não possuem seguro de colheita nem capacidade financeira para fazer, agora, os tratamentos necessários na vinha.
Por sua vez, Ivo Oliveira disse que o PS vai solicitar a permissão de que o quantitativo de o “benefício” não preenchido este ano, por falta de produção, possa ser acumulado com o da colheita do próximo ano. O benefício é a quantidade de mosto (sumo de uva antes da fermentação) que cada produtor pode transformar em vinho do Porto.
A Câmara Municipal de Murça, presidida pelo socialista José Maria Costa, estimou que, exclusivamente em vinho, a intempérie provocou um prejuízo de meio milhão de euros” no concelho. Além disso, acrescentou ainda estragos em “todas as restantes culturas agrícolas, muros de suporte e caminhos agrícolas, ficando com largos quilómetros totalmente intransitáveis”.
Por sua vez, o município de Sabrosa, referiu que os “ventos fortes e a queda intensa de granizo fizeram com que vários hectares de vinha fossem afectados num período muito sensível do desenvolvimento da videira”. Além da vinha, foram também atingidos alguns olivais, pomares e hortas.
A intempérie caiu sobretudo sobre a zona de Celeirós do Douro, que foi também afectada por uma tempestade de granizo em 2012.