Sampaio da Nóvoa quer apresentação de canditaturas a Belém "agora"

Em visita à Cáritas, o ex-reitor da Universidade de Lisboa considera que os concorrentes à Presidência devem apresentar-se "com tempo ao eleitorado".

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Sampaio da Nóvoa estranha que Belém considere apoiar uma candidatura "das políticas de austeridade, dos rostos do passado, de Passos Coelho, de Paulo Portas e das políticas que foram feitas nos últimos anos”. Ricardo Castelo\NFACTOS

"Julgo que os candidatos têm de se apresentar com tempo ao eleitorado. Não seria correto desvalorizar a eleição presidencial ao ponto de a pessoa se apresentar dois ou três meses antes das eleições", disse, quando questionado sobre alguma indefinição, sobretudo à direita, nomeadamente os eventuais candidatos Marcelo Rebelo de Sousa e Rui Rio.

O ex-reitor da Universidade de Lisboa, em visita à organização católica de solidariedade social, Cáritas, defendeu ser necessário "ter a humildade e também a coragem de fazer este gesto e poder, com tempo, apresentar propostas e discuti-las com os portugueses", como o próprio disse estar a fazer. "O Presidente da República em Portugal, nos próximos anos, vai ter de ajudar a superar muitos problemas, estar muito junto das pessoas, num papel muito importante na vida política e, para isso, precisa de ser eleito com uma legitimidade, uma força, que lhe vem desta eleição popular e essa força reside também na maneira como se apresentar ao eleitorado", continuou.

Segundo António Sampaio da Nóvoa, "é imprescindível que os candidatos que queiram apresentar-se o façam num tempo, que é agora", pois "o tempo dos partidos, certamente, é outro". "Temos de respeitar o tempo das legislativas em que se vai passar um período extraordinariamente importante da nossa vida política. O tempo dos partidos tomarem decisões sobre candidatos é necessariamente mais longo, mas o tempo da vontade individual, da decisão pessoal, de apresentar a candidatura, esse tempo é agora", sublinhou.

Relativamente ao processo de recolha das 7.500 assinaturas para formalizar a candidatura ao Palácio de Belém, o professor universitário congratulou-se por estar "a correr muito bem, com um ritmo bastante acelerado" e afirmou esperar que fique concluído "até final do mês de Julho".

O presidente da Cáritas Portugal, Eugénio Fonseca, salientou vários problemas da sociedade actual - falta de participação democrática, desqualificação, desemprego e pobreza - e traçou um perfil ideal para o "mais alto magistrado da nação", no qual Sampaio da Nóvoa se encaixa, um futuro "um intermediador fundamental".
"É um dos candidatos, aquele que conhecemos, ainda não vimos outros. É o primeiro candidato com quem estamos a falar, outros hão-de surgir, portanto não posso fazer comparações", disse, salientando a origem do candidato do "mundo académico", a sua "valorização do trabalho" e "sensibilidade social".