Palestina deixa cair moção sobre exclusão de Israel da FIFA

Liberdade de movimentos de jogadores palestinianos, racismo e estatuto das equipas israelitas que jogam nos territórios ocupados opõem as duas federações.

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Manifestantes protestam contra Israel e pedem exclusão da federação da FIFA Fabrice Coffrini / AFP

O assunto foi trazido ao palco do congresso anual da FIFA depois de semanas de intensa pressão por parte da federação palestiniana que até ao último momento insistiu na suspensão de Israel das competições de futebol. Antes, um protesto contra Israel chegou mesmo a interromper o discurso do presidente da FIFA, Joseph Blatter, no exterior do congresso concentraram-se desde quinta-feira vários activistas pró-Palestina.

O objectivo era denunciar as práticas “racistas” da federação israelita para com as equipas e a selecção palestiniana. De acordo com o Haaretz, as negociações entre as duas delegações duraram toda a noite de quinta-feira e até à hora do congresso permaneciam as dúvidas sobre se a Palestina iria realmente avançar com o pedido de suspensão.

O suspense foi desfeito assim que o presidente da federação palestiniana, Jibril Rajoub, começou o seu discurso no congresso. “Decidi retirar o pedido de suspensão (…) Agradeço àqueles que me convenceram a abandonar a suspensão”, afirmou.

Porém, o dirigente insistiu num dos pontos que mais polémica tem gerado na relação entre as duas federações: a exigência de que as cinco equipas israelitas que jogam nos territórios ocupados se mudem para Israel.

A moção alterada não contempla o pedido de suspensão mas pede a formação de uma comissão independente que averigue formas de combater os limites à liberdade de movimento dos jogadores palestinianos (divididos entre a Faixa de Gaza e a Cisjordânia), o racismo em Israel e o estatuto das equipas israelitas nos territórios ocupados.

“Espero pelo dia em que os palestinianos, como muitos outros, gozem os benefícios do jogo”, disse Rajoub perante o congresso, que acabou por aprovar com 90% dos votos a nova moção.

O presidente da federação israelita, Ofer Eini, optou por uma abordagem conciliatória e até pediu um aperto de mãos ao homólogo palestiniano. “Deixemos para os políticos a política, vamos unir forças. Quero que trabalhemos juntos”, disse o dirigente. O aperto de mãos chegou, mas só após a aprovação da moção palestiniana.

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