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Elas ganham dinheiro ligando a "webcam"
As jovens Xianggong e Sun Xiaohou têm como emprego a práctica do "sajiao", que consiste num tipo de "flirt" online realizado por mulheres chinesas que se comportam de forma infantil e falam em vozes agudas diante de uma "webcam" (e, implicitamente, de um espectador). Executam também, por exemplo, pequenos números de dança ou comem morangos de forma sedutora. Elas são geralmente cantoras e fazem uso do seu talento diante de uma audiência predominantemente masculina cujas idades estão compreendidas entre os 20 e os 35 anos. Todo o comportamento sexualmente explícito é expressamente proibido durante estas emissões. Em troca de companhia e de pequenas performances privadas, os utilizadores agradecem oferecendo presentes virtuais ou donativos monetários. Estas mulheres trabalham para empresas que prestam serviços de "video chat", que são cerca de 50 na China; muitas não gostam de referir a sua profissão publicamente ou mesmo na esfera privada. Xiao Yue, estudante de 21 anos e "online hostess", argumenta num vídeo da Reuters sobre o tema que "quem não usa o serviço tem dificuldade em compreendê-lo". Uma questão demográfica — a assimetria entre o número de homens e mulheres chineses — pode estar na origem deste fenómeno: em 2020 estima-se que serão 30 milhões os homens chineses que não encontrarão uma esposa (segundo dados apresentados pela Bloomberg). Ana Maia