Economia portuguesa confirma tendência de retoma
PIB cresceu 0,4% nos primeiros três meses do ano, o mesmo que tinha acontecido no final de 2014, o que colocou a variação homóloga no valor mais alto desde o último trimestre de 2013.
De acordo com a estimativa rápida das contas nacionais publicadas esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o PIB português cresceu 0,4% durante os primeiros três meses deste ano. Esse já tinha sido o ritmo registado no último trimestre de 2014.
Face ao período homólogo do ano anterior, a variação do produto atingiu os 1,4%. Este valor é substancialmente mais alto do que os 0,6% registados no quarto trimestre de 2014. A aceleração registada neste indicador tem contudo muito a ver com o facto de o trimestre homólogo (o primeiro de 2014) ter sido um período de crescimento fortemente negativo na economia portuguesa (-0,5%) que se seguiu a um crescimento muito elevado no quarto trimestre de 2013 (1%). Isto faz com que, numa altura em que o ritmo de crescimento da economia parece ter estabilizado em valores positivos, se tenham verificado nos últimos trimestres mudanças significativas na variação homóloga. No terceiro trimestre de 2014, o indicador tinha sido de 1,2%, caindo depois bruscamente para 0,6% no quarto trimestre, para voltar agora a subir para 1,4%, igualando o máximo pós-crise de 1,4% que tinha sido registado no quarto trimestre de 2013.
Tendo em conta que os efeitos base fora do normal desaparecem a partir do próximo trimestre, é de esperar que a economia portuguesa estabilize agora em taxas de crescimento homólogas superiores a 1%. A previsão do Governo para o total do ano é de um crescimento de 1,6%, um valor que parece nesta fase ser alcançável.
Para além da tendência de retoma que se verifica desde o final de 2013, a beneficiar a economia portuguesa estão agora também factores como a depreciação do euro, a descida do preço do petróleo e os estímulos lançados pelo banco Central Europeu. No primeiro trimestre do ano, a economia da zona euro cresceu também 0,4%, algo que pode constituir uma ajuda para as exportações nacionais.
O INE não apresenta nesta estimativa rápida valores para as diferentes componentes do PIB. No entanto, assinala que a aceleração da variação homóloga do PIB se deve “ao aumento do contributo da procura externa líquida, em resultado do abrandamento das importações de bens e serviços e da aceleração das exportações”.
No entanto, quando se olha para a variação do PIB em relação ao trimestre imediatamente anterior, o INE explica que o resultado “traduziu o contributo positivo da procura interna”.