Taxa de desemprego caiu de forma ligeira em Março

Indicador revelado pelo INE recuou 0,1 pontos percentuais para 13,5%

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O INE assinala que, nos meses mais recentes, a taxa de desemprego caracterizou-se por "alguma instabilidade (alternando entre acréscimos e decréscimos de reduzida dimensão), o que poderá evidenciar uma trajectória ainda indefinida no mercado de trabalho".

Os indicadores para Março, que ainda não são definitivos, apontam para uma população empregada de 4400,8 mil pessoas, o que representa um aumento de 0,4% face ao mês anterior (18.300 pessoas). Analisando os dados ao pormenor, verifica-se que o ganho foi transversal aos adultos (+0,3%) e aos homens e mulheres. No caso dos jovens, verifica-se um decréscimo de 2,4%, o que corresponde a cerca de 6000 pessoas.

A população desempregada, segundo o INE, fixou-se em 699,4 mil pessoas, tendo diminuido 0,9% face ao mês de Fevereiro. "Esta evolução ocorre após um período de dois meses de acréscimos consecutivos - Dezembro de 2014 e Janeiro de 2015", assinala o instituto.

Numa reacção aos números do INE, durante uma visita à Ovibeja, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou que as revisões que o instituto fez “são compatíveis” com aquelas que o Governo tem vindo a fazer e revelam uma trajectória descendente do desemprego “já há quase dois anos”. Contudo, “ainda é elevado”, referiu Passos Coelho, sublinhando a necessidade de ver concretizado o “reforço do investimento externo para reduzir o desemprego abaixo dos dois dígitos”.

Por seu lado, Paulo Portas realçou que Portugal chegou a ter uma taxa de desemprego de 17,7% e está hoje nos 13,5%. “O que quer dizer que num espaço de tempo relativamente curto - em dois anos - a economia fez o caminho que lhe permitiu baixar o desemprego”, argumentou o vice-primeiro-ministro durante um almoço-debate promovido pelo International Club of Portugal, em Lisboa subordinado ao tema “Confiança e crescimento: Um novo ciclo para Portugal”.

“Não chega. Mas é um factor de esperança que um país tenha a curva do desemprego a descer e não a subir”, acrescentou o governante, deixando críticas à oposição: “Mais uma vez houve quem se precipitasse a comentar estatísticas há umas semanas” que dariam conta de que a taxa poderia voltar a subir. Portas disse-se “impressionado” com o facto de haver quem pareça “feliz” com as coisas menos boas que surgem nos indicadores económicos.

“A única coisa que deve deixar as pessoas satisfeitas, tenham elas que orientação política tiverem, é a confirmação de uma curva descendente do desemprego. Há um mês o INE falava em 14%”, recordou Paulo Portas.

“Os números que saíram hoje são particularmente claros nessa matéria”, disse, vincando que o que sobretudo lhe interessa – e que deveria “deixar as pessoas satisfeitas” - é que “a trajectória [da taxa de desemprego] seja de descida”. O vice-primeiro-ministro admitiu, porém, que nesta descida de meio ponto “há uma parcela de revisão estatística e outra parcela de descida do desemprego”.

Com Carlos Dias

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