Populistas finlandeses são a excepção entre os eurocépticos

Apesar de uma provável descida de votação, partido eurocéptico e nacionalista Os Finlandeses poderá integrar pela primeira vez um governo.

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O partido de Timo Soini pode ter um papel importante nestas eleições Roni Rekomaa/AFP

Continua a ser um dos quatro partidos mais populares. Mas a situação hoje é diferente da de 2011, quando teve grande sucesso eleitoral – foi o ano da grande discussão da crise na zona euro e das políticas de empréstimos aos países em dificuldades, e o partido sempre se declarou contra estes resgates. Na altura, recusou-se a entrar no Governo, o que fez com que muitos achassem que estava a preferir o conforto da oposição a ser testado pelo poder.

Desta vez, mudou a retórica em relação a uma possível entrada num executivo, que o seu líder agora admite abertamente. Esta disponibilidade foi acompanhada de uma menor atenção às questões europeias, que começaram a ser esquecidas nos discursos do líder, nota Tapio Raunio, professor de ciência polícia na Universidade de Tampere, num post num blogue da London School of Economics (LSE).

Soini já disse que se oporia a novos empréstimos à Grécia (que ele chama “esquemas em pirâmide”) mas em debates televisivos tem sido evasivo a perguntas sobre esta questão, sublinha o diário Irish Times. Quanto à posição da Finlândia na União Europeia, Soini diz que não quer uma saída do país da UE ou da moeda única, apenas não quer mais integração europeia.

Não é racisma, mas...
É um partido que “não é racista, mas…”. Da boca de Soini e dos mais importantes líderes do partido não saem comentários que mostrem extremismo – mas outros membros menos disciplinados já tinham sido apanhados a fazer saudações nazis, diz o Irish Times.

Ainda que estejam na oposição, Os Finlandeses já conseguiram influenciar o debate sobre imigração com a sua forte posição a favor de menos entradas de estrangeiros no país.

O que acontecerá se Soini chegar ao Governo? Ao contrário das eleições anteriores, em que esta possibilidade fazia antecipar um terramoto (e mesmo que fosse posto em causa o empréstimo a Portugal), desta vez espera-se ainda que Os Finlandeses entrem no executivo a sua posição será suavizada. “Quando se prevê um terceiro plano de resgate à Grécia, será que a Finlândia o bloqueará? Provavelmente não”, estima Jan von Gerich, economista do banco Nordea, à agência francesa AFP.

Não se deve subestimar o efeito calmante de um lugar no governo e um carro ministerial nos políticos, comentou o antigo primeiro-ministro Matti Vanhanen, do Partido do Centro. “Soini será muito mais flexível e pragmático e esquecerá o que os membros do seu partido pensam”, antecipou. “Isto acontece com muita frequência.”

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