Lisboa e Torres Vedras testam bicicletas eléctricas para entregas

Projecto desenvolvido pelo Instituto Superior Técnico está já a ser testado em Lisboa e Torres Vedras

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Jose Manuel Ribeiro/Lisboa

Promover o uso de bicicletas e "scooters" eléctricas para transportar mercadorias e passageiros é o principal objectivo do projecto Pro-E-Bike, que está a ser desenvolvido pelo Instituto Superior Técnico e testado em Lisboa e Torres Vedras.

O Pro-E-Bike, um projecto financiado através do programa comunitário Energia Inteligente, conta com dez parceiros europeus, cabendo ao IST o desenvolvimento de modelos de negócio usando bicicletas e "scooters eléctricos". "O objectivo é disseminar esta tecnologia para transporte de mercadorias e passageiros em meios urbanos", disse à agência Lusa a investigadora em Transportes Joana Ribeiro.

Em Lisboa, a equipa do IST escolheu a empresa de entregas Camisola Amarela — que já usava bicicletas normais — para testar dois veículos alternativos: uma "scooter" eléctrica e uma bicicleta de carga eléctrica que permite transportar volumes até 40 quilos. "Quanto mais capacidade tiverem, mais encomendas podem receber e mais hipóteses têm de ser subcontratados por outras empresas de entregas para fazer o serviço 'last mile' (último quilómetro)”, sublinhou a investigadora.

Joana Ribeiro adiantou que o "last mile" é cada vez mais usado em cidades que têm políticas de restrição automóvel como, por exemplo, zonas de emissões reduzidas. "As empresas normais não conseguem fazer uma entrega porta-a-porta tão eficiente como estas, que conseguem chegar onde os veículos normais não chegam ou chegam com mais lentidão devido ao congestionamento do trânsito", notou. Além disso, acrescentou, bicicletas e scooters "são mais fáceis de estacionar".

Além de Lisboa e Torres Vedras, o projecto está a ser testado noutras cidades-piloto: Valência (Espanha), Génova (Itália), Heerhugowaard (Holanda), Moravske Toplice (Eslovénia), Motala (Suécia) e Zadar (Croácia). Após a substituição dos veículos convencionais pelos eléctricos serão avaliados vários parâmetros, entre os quais o número de quilómetros percorridos, volume de carga transportado, quantidade de encomendas, etc. A recolha destes dados permitirá, segundo Joana Ribeiro, "perceber quais as limitações destas tecnologias e fazer cálculos relativamente à poupança de energia e emissões de dióxido de carbono".

O IST desenvolveu nove modelos de negócio demonstrativos: três para passageiros, três para mercadorias e três mistos. Em Torres Vedras, o projecto está a ser testado por um outro parceiro, a consultora Occam. A câmara e os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMA) estão a usar duas bicicletas e uma "scooter" eléctrica para diferentes actividades diárias, como por exemplo fazer leituras dos contadores de água, evitando usar uma viatura convencional em alguns dos percursos.

O Pro-E-Bike arrancou em Abril de 2013 e termina em Abril de 2016.