Quase 9% dos americanos com comportamentos impulsivos têm armas em casa

Estudo sugere que probição de venda de armas deve ser estendida a pessoas que se envolveram em cenas de pancadaria ou que foram proibidas de conduzir várias vezes.

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A venda de armas é proibida a pessoas com problemas mentais que exijam internamento involuntário Frank Polich/Reuters

Os investigadores relataram também que 1,5% desses adultos costumam sair à rua armados – de uma forma geral, são homens jovens ou de meia-idade, que por vezes perdem a calma, partem objectos ou envolvem-se em cenas de pancadaria, avança o estudo, assinado por psiquiatras das universidades de Duke, Harvard e Columbia e publicado na revista Behavioral Sciences and the Law.

"Na tentativa de encontrar um equilíbrio entre os direitos constitucionais e a segurança em relação a pessoas com problemas mentais, a abordagem tradicional tem sido a proibição da posse de armas de fogo por parte de pacientes forçados a receber tratamento e acompanhamento contra a sua vontade", notou Jeffrey Swanson, professor de Psiquiatria e Ciências do Comportamento na Universidade de Duke, no estado da Carolina do Norte.

"Mas agora temos mais provas de que as leis actuais não estão a conseguir manter as armas fora do alcance de muitos indivíduos potencialmente perigosos", disse o mesmo especialista e principal autor do estudo.

Os investigadores analisaram os dados recolhidos a partir de 5563 entrevistas presenciais realizadas no âmbito do programa NCS-R – uma sondagem a nível nacional sobre doenças mentais que a Universidade de Harvard começou a fazer no início da década passada.

O estudo agora divulgado encontrou pouca correlação entre o acesso a armas por parte de indivíduos com doenças mentais graves e pessoas com episódios de comportamentos impulsivos ou acessos de fúria – as pessoas que têm com acessos de fúria estão mais expostas a problemas comuns como o excesso de álcool e ansiedade, mas são muito poucos os que revelam sintomas de problemas mais complicados como a esquizofrenia, por exemplo.

"Poucas pessoas que fazem parte deste grupo sofrem de problemas que exigem um internamento compulsivo – o que os impediria de comprar uma arma", salienta Ronald Kessler, professor de Saúde Pública na Universidade de Harvard.

Para Kessler e outros co-autores do estudo, a proibição da venda de armas apenas a pessoas com um historial de tratamento de doenças mentais é pouco eficaz. Para além disso, seria necessário levar em conta as condenações por crimes como ofensas corporais e várias proibições de condução – é neste grupo, segundo os investigadores, que há mais pessoas com tendência para usar armas de fogo durante um acesso de fúria.

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