As primeiras imagens de Anne Frank por Ari Folman
Nas imagens reveladas pelo israelita Cinemascope podemos ver os bonecos e parte da equipa, assim como a sua versão final em 2D.
Ari Folman está de regresso a temas desconcertantes. O cineasta israelita reconta a história, terrores pessoais, através da animação. Já o tinha feito em Valsa com Bashir, no qual relata o inferno colectivo de toda geração de israelitas que viveu de perto os massacres de Sabra e Chatila. Um inferno colectivo que era o seu também. Folman contou a invasão de Israel ao Líbano, em 1982, mergulhando nas suas memórias da época. O filme, que acabou em várias listas dos melhores de 2009, era assumidamente autobiográfico.
Agora, o israelita está de volta à biografia e à tragédia com uma história que ainda hoje emociona o mundo, a de Anne Frank, que morreu aos 15 anos num campo de concentração. O filme focar-se-á em Kitty, a amiga imaginária a quem Frank escreve no seu diário. Ari Folman imagina Kitty a descobrir o diário. À medida que o vai lendo a história de Frank é contada.
À semelhança do que já aconteceu nos seus últimos filmes, Ari Folman prepara um híbrido de animação e imagem real, contando com isso com cenários e bonecos que são depois filmados em stop-motion. Para a criação dos bonecos, o realizador contou com Andy Gent, que trabalhou, por exemplo, com Wes Anderson em The Grand Budapest Hotel e O Fantástico Senhor Raposo. David Polonsky, com quem Folman trabalhou em Valsa com Bashir é o director de arte e ilustrador.
Nas imagens reveladas pelo israelita Cinemascope podemos ver os bonecos e parte da equipa, assim como a sua versão final em 2D.
Em 2013, quando anunciou este novo filme, Folman, que é filho de pais judeus sobreviventes do Holocausto, destacou a importância de manter viva a memória de Anne Frank através de novas formas artísticas para se chegar a gerações mais novas.
Para fazer o filme, o israelita teve acesso integral e ilimitado aos arquivos do Fundo Anne Frank, criados em 1963 pelo único sobrevivente da família de quatro judeus alemães que se refugiou num anexo em Amesterdão, Otto Frank, e desde então depositados em Basileia. São documentos que permitem fixar o antes e o depois dos acontecimentos narrados no diário publicado postumamente, em 1947, acompanhando a mudança dos Frank para a Holanda e a deportação de Anne, primeiro para Auschwitz e depois para Bergen-Belsen, onde morreu de tifo poucas semanas antes da libertação do campo pelo exército britânico.