Paralisação na CP arranca esta semana sem comboios garantidos
Ao contrário do habitual, o tribunal não fixou com obrigatória a realização de parte da operação da empresa.
Regra geral, a CP tem conseguido realizar 25% da operação em dias de protesto, mas, desta vez, o tribunal arbitral tomou uma posição diferente. No acórdão conhecido nesta segunda-feira, o tribunal justifica a decisão com o facto de esta greve não preencher “os pressupostos indispensáveis para a imposição de serviços mínimos de tipo ‘percentual” apesar de admitir que a paralisação irá acarretar uma “inegável penosidade” aos passageiros.
Além dos comboios que já estiverem em circulação, figuram na lista definida pelo CES os serviços que são sempre obrigatórios nestes dias de protesto, nomeadamente os comboios de socorro, obrigando os sindicatos a nomear os trabalhadores que ficam responsáveis pela sua concretização.
A CP publicou um aviso no seu site em que alerta para as “fortes perturbações” que são esperadas para os dias de greve. De acordo com a empresa, os impactos serão “agravados pela recusa de fixação de serviços mínimos pelo tribunal arbitral nomeado pelo CES, que a CP atempadamente solicitou”.
A transportadora avisa ainda que os constrangimentos também se farão sentir na véspera da greve, ou seja, na quarta-feira (1 de Abril) e no dia seguinte ao seu término (7 de Abril), com “atrasos e supressões”. A CP garante que “vai envidar todos os esforços para minimizar os impactos da greve nos serviços de longo curso”, informando que permitirá o reembolso dos bilhetes comprados para estes dias, já que “não serão disponibilizados transportes alternativos”.
Esta paralisação foi convocada pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante, para reclamar o cumprimento da decisão dos tribunais relativo ao pagamento dos complementos nos subsídios desde 1996.
Mas, além dos revisores e dos trabalhadores das bilheteiras, também o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário tem, desde o ano passado, um pré-aviso de greve ao trabalho em dias de feriado, que abrangerá a sexta-feira (3 de Abril) e o domingo (5 de Abril).
Na próxima semana, também haverá paralisação na Carris e na Metro de Lisboa, já que os sindicatos decidiram agendar uma greve conjunta de 24 horas para 10 de Abril, com o objectivo de protestar contra o processo de subconcessão lançado pelo Governo.