Susana Díaz vai governar sozinha na Andaluzia

PSOE falhou a maioria absoluta na Andaluzia, mas rejeitou nova coligação. Perante a reconfiguração da câmara regional, só uma improvável aliança entre o PP e o Podemos pode bloquear as iniciativas dos socialistas.

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"O meu pacto é com os andaluzes", sublinhou a socialista Susana Díaz AFP/JORGE GUERRERO

“Eu vou fazer o que disse e governar sozinha”, esclareceu a socialista, em resposta aos jornalistas que lhe perguntavam com qual ou quais dos restantes partidos tencionava negociar pactos, alianças ou acordos. “O meu pacto é com os andaluzes”, sublinhou.

Díaz, que precipitou as eleições ao romper o acordo de coligação do PSOE com a Esquerda Unida, terá na legislatura os mesmos 47 deputados socialistas com que contava antes da votação. Mas o resto da câmara será profundamente diferente: com menos 17 deputados, a bancada do Partido Popular ficou um terço mais pequena, o Podemos entrou no parlamento com estrondo, garantindo 15 lugares, e os Cidadãos (9 eleitos) sobrepuseram-se à Esquerda Unida, que perdeu sete dos seus 12 representantes.

Ou seja, como assinalou Díaz, agora só uma acção concertada do Partido Popular e do Podemos poderá bloquear as iniciativas socialistas. A presidente da Junta Autonómica andaluza sabe que tal unidade é pouco provável – mas mesmo assim, apelou à acção responsável da oposição, “que tem de pôr acima de tudo os interesses da Andaluzia”.

Afastado o cenário da coligação, sobra a certeza de que para assegurar a governabilidade, “Díaz terá de encontrar acordos, previsivelmente pontuais, com as outras formações”, notava o El País. Essa é uma tarefa que vai pôr à prova o talento político da presidente da Junta – que segundo o diário madrileno recuperou nas urnas a “maioria social” que não detinha antes da votação. A socialista prometeu “abrir a porta ao diálogo” com todas as forças”, mas com o ambiente político espanhol a fervilhar por causa da sucessão de eleições no calendário de 2015 – municipais, autonómicas, catalãs e legislativas – as alianças políticas tornam-se mais imprevisíveis, por causa das estratégias e expectativas das direcções nacionais de cada partido.

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