Schäuble diz que não se sabe “exactamente” o que o governo grego anda a fazer

Wolfgang Schäuble disse não poder prever um “gregacidente”. Jean-Claude Juncker também lamentou falta de progresso nas negociações

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Wolfgang Schäuble, ministro das finanças alemão, voltou, nesta sexta-feira, a colocar toda a responsabilidade sobre a Grécia John Kolesidis/Reuters

Também o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, lamentou, em Bruxelas, a falta de progressos nas recentes negociações com Atenas sobre o prolongamento da ajuda financeira à Grécia, mas disse acreditar no sucesso. "Não estou satisfeito com os desenvolvimentos na Grécia nestas últimas semanas, acho que não progredimos o suficiente, mas vamos esforçar-nos por uma conclusão bem-sucedida", disse Juncker, numa curta declaração à entrada para uma reunião com o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras.

"Temos falado por telefone, mas decidimos agora fazê-lo pessoalmente e tentaremos avançar na direcção de uma conclusão bem-sucedida das questões que temos de tratar", salientou. Por seu lado, Tsipras disse que está a "debater o melhor modo de aplicar as decisões tomadas no Eurogrupo de 20 de Fevereiro". O líder do Governo grego chegou nesta sexta-feira à sede da Comissão vindo de um encontro com o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, a quem assegurou não haver "um problema grego, mas sim europeu".

Por seu lado, Wolfgang Schäuble voltou a frisar que a Grécia deve cumprir as suas obrigações ou não haverá novos empréstimos ao abrigo do actual programa de resgate. A Europa, disse, está pronta a ajudar, mas a Grécia tem de se ajudar a si própria. Schäuble defendeu ainda que não se pode fazer dos outros “bodes expiatórios”.

A tensão entre o ministro das Finanças alemão e Yanis Varoufakis, o seu homólogo grego, acentuou-se nesta quinta-feira depois de a Grécia ter pedido explicações a propósito de um comentário que Schäuble teria feito sobre Varoufakis. Esta semana, Atenas pediu compensações financeiras pelos crimes e destruição nazis na II Guerra Mundial, deixando claro que a relação com a Alemanha está longe de ser pacífica.

O governo grego, liderado pelo partido de esquerda Syriza, também já acusou Portugal e Espanha de serem mais alemães que os alemães ao serem pouco solidários e colocarem obstáculos a um entendimento entre a Grécia e a zona euro. com Lusa

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