João Magueijo, professor de Física Teórica no Imperial College, no Reino Unido, é director por um dia — no dia em que o PÚBLICO prepara uma edição especial que assinala os seus 25 anos. Cada editor explica o que há de importante, até ver, na agenda: novas medidas de combate ao terrorismo em debate no Parlamento, cimeira sobre interligações energéticas entre a Península Ibérica... Quando se menciona a libertação de mais dois linces ibéricos em Mértola, o cientista reclama, entre risos: “Prioridade aos linces!”

João Magueijo, que nas últimas semanas foi debatendo com a directora Bárbara Reis as mais variadas propostas para o jornal de aniversário, já confessou que gostava de ter vestido um pouco mais o fato de “tirano por um dia”. O jornal de amanhã será muito diferente, arrasou-se com o grafismo habitual, não haverá secções (Portugal, Economia, Mundo...), em vez das tradicionais 48 páginas, os leitores terão 112, o tema transversal é o Tempo... há até lugar para uma “história do universo”, 13 mil milhões de anos de história, e mais não se desvenda para já. Mas, mesmo assim, algumas ideias radicais do físico acabaram por não se concretizar. Por isso, insiste João Magueijo, que agora já não está a planear por telefone ou email, está na sala de reuniões do PÚBLICO, em Lisboa: “Linces à primeira página!”

Ao fim da manhã, há textos para editar e várias páginas ainda para fazer. Magueijo arregaça (literalmente) as mangas da camisa e mergulha no que já está pré-paginado.

Na edição de quinta-feira, no papel e no online, haverá espaço para muitos tipos de tempo: um bloco para o “tempo de tudo”, outro para o “tempo de agora” e outro ainda para o “tempo das últimas 24 horas”, o tal com as notícias do dia — linces e o que mais marcar a actualidade.

Há textos, reportagens e entrevistas dos convidados de Magueijo — entre os quais Marina Cortês, cosmóloga, investigadora do Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa que agora trabalha também no Real Conservatório de Edimburgo; e Alexandre Melo, crítico de arte, curador e ensaísta.

Há também um presente do arquitecto Álvaro Siza, uma História aos quadradinhos (ou rectangulozinhos) aberta à interpretação de quem os aprecie, e uma selecção de 25+1 momentos em que o tempo acelerou ou regrediu no último quarto de século.

No site, publicamos o vídeo Um dia normal, que tem 1440 minutos, tantos quantos aqueles que cabem em 24 horas.

Na sexta, o Ípsilon escreve sobre The Clock, de Christian Marclay. E no sábado a Fugas dá uma volta ao mundo em 27 dias. No domingo a revista 2 entrevista 11 portugueses “fora do tempo”, escolhidos pelo físico Carlos Fiolhais, e antecipa, pela voz de 22 especialistas, Portugal em 2040. E há mais. Mas vamos dando notícias.