João Proença é a “estrela” das jornadas parlamentares do PSD
Deputados reúnem-se no Porto para debater as “perspectivas económicas para 2015”.
João Proença, antigo secretário-geral da UGT, tem intervenção marcada para o segundo dia num painel sobre “empreendedorismo, qualificação e progresso social”. O socialista, que foi apoiante de António José Seguro, é apresentado no programa como assessor da AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal), que é presidido pelo ex-deputado do PSD, Miguel Frasquilho.
O líder da bancada do PSD, Luís Montenegro, justifica o convite com a experiência do sindicalista na área do emprego e mais recentemente na do investimento, apesar de considerar que Miguel Frasquilho está a desempenhar de forma “muito meritória o seu trabalho”.
Questionado sobre se este convite é um sinal de apoio do partido a João Proença para liderar o Conselho Económico e Social – nome que foi proposto pela UGT –, Luís Montenegro escusou-se a responder, preferindo destacar outros convidados das jornadas. São, na sua maioria gestores e dirigentes de associações nas áreas do calçado e têxtil, sectores que se têm distinguido na “inovação e capacidade de criar emprego”.
No centro de congressos da Alfândega, os deputados vão ouvir falar “dos desafios que temos pela frente para ter uma economia mais competitiva”, depois do trabalho feito “nas finanças públicas e nas reformas estruturais”, segundo Luís Montenegro.
São jornadas parlamentares sem o CDS que, no entanto, marcou uma reunião da comissão política para esta segunda-feira à noite. Na agenda estão as “perspectivas económicas para 2015”. Uma coincidência (ou não) de calendário que causou alguma estranheza entre os sociais-democratas.
Os dois líderes, Paulo Portas e Passos Coelho, já começaram a conversar sobre uma eventual renovação da coligação pré-eleitoral para as legislativas, mas as eleições na Madeira, no final de Março, obrigam a cautela nas palavras.
Passos Coelho, que encerrará as jornadas do PSD, foi muito prudente sobre a aliança pré-eleitoral na entrevista que deu no passado sábado ao Expresso, dizendo ter a “expectactiva de que um Governo com maioria no Parlamento possa sair destas eleições”.