Suspeito de tráfico detido em hotel onde correio de droga foi encontrado morto

Jovem morreu de overdose depois de ter rebentado uma das cápsulas com cocaína que transportava no estômago. Traficante que organizou a viagem para ir recolher droga ao Brasil tinha quarto no mesmo hotel e também foi detido.

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Colaboração entre a PJ e a DEA levou à captura de um barão da droga colombiano Sérgio Azenha

A vítima, com cerca de 20 anos, morreu de overdose e era um correio de droga. Terá sucumbido na segunda-feira da semana passada na sequência do rebentamento de uma bolota de cocaína. Já o homem detido, suspeito de tráfico de estupefacientes, foi inquirido na passada quarta-feira por um juiz no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa e vai aguardar julgamento em prisão preventiva.

A cápsula com droga rebentou dentro do organismo poucas horas depois de o jovem ter chegado ao Aeroporto de Lisboa num avião proveniente do Brasil sem que, através das máquinas de raio-x, as autoridades policiais aeroportuárias e os seguranças tivessem conseguido detectar a droga no seu estômago.  

No hotel, os inspectores da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes (NUCTE) da PJ apreenderam quatro mil doses de cocaína que terão tido origem nesse país, adiantou ao PÚBLICO fonte policial.

A vítima e o detido, com 43 anos, são ambos portugueses, originários de Santarém e já tinham cadastro sendo já referenciados pela PJ pela autoria de outros crimes.

Quando chegaram ao hotel, os investigadores da PJ rapidamente perceberam que o suspeito, que será quem organizou a viagem para recolher a droga no Brasil, tinha também um quarto reservado na mesma unidade hoteleira. Aliás, foi ele quem no aeroporto esperou o jovem que transportava a droga, referiu fonte da PJ.

“Na sequência de diligências desenvolvidas após o aparecimento do cadáver, foi possível identificar o indivíduo que agilizou todo o procedimento logístico que permitiu a aquisição e transporte de cocaína para Portugal por via aérea desde o Brasil até Lisboa, meio utilizado frequentemente pelas organizações criminosas que se dedicam a este tipo de tráfico, em virtude da sua difícil detenção pelas autoridades”, refere a UNCTE em comunicado enviado esta segunda-feira.  

Há vários anos que a vítima e o detido se dedicariam a este tipo de esquema de tráfico recorrendo ao transporte da droga com cápsulas no estômago. Pelo menos a PJ encontrou várias referências nos seus passaportes a viagens com destino e origem em países normalmente conotados com o tráfico de droga.

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