Lojistas procuram espaço para projecto alternativo criado no Imaviz

Actualmente, o Imaviz não tem nenhuma administração, já que a empresa que geria o centro entrou em insolvência.

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Em 2013, apareceram novas lojas no Imaviz Miguel Manso

O Centro Comercial Imaviz (um dos primeiros de Lisboa, inaugurado nos anos 1970 na Avenida Fontes Pereira de Melo) começou a ser reocupado em Setembro de 2013, após vários anos ao abandono.

A transformação deveu-se, em parte, ao projecto Imaviz Underground, através do qual ali se fixaram lojas com conceitos alternativos e se realizaram feiras, workshops e exposições. O nome da iniciativa deveu-se também ao facto de as lojas estarem no piso zero e junto à entrada do centro que dá para o metropolitano.

No entanto, passado pouco mais de um ano do seu início, o projecto chega ao fim no Centro Comercial Imaviz. Em causa estão problemas com os vários proprietários dos espaços comerciais, que “não se entendem uns com os outros”, cortes de electricidade, para a qual há conta conjunta “em que uns pagam e outros não”, e ainda “problemas na limpeza e manutenção”, contou à Lusa um dos lojistas.

Pedro Pereira, que teve, até ao início deste mês, uma loja de banda desenhada naquele centro, assegurou que “o projecto vai continuar noutro sítio”.

O futuro espaço terá de ter uma área de 200 a 300 metros quadrados e uma renda não superior a 1.500 euros, o que dificulta a procura devido aos preços praticados em Lisboa, apontou Pedro Pereira.

O lojista Luís Lamelas ainda tem a sua loja de música de ‘rock’ em funcionamento no Imaviz, mas salientou que quer “pegar nas coisas e seguir para um novo espaço”.

Para além dos negócios de Pedro e Luís, também continuarão neste projecto lojas de roupa, calçado e acessórios e um café.

Apesar da saída destes comerciantes, o espaço “não vai parar”, garantiu Luís Lopes, gerente de uma discoteca na cave do Centro Comercial Imaviz.

“O futuro não me assusta. Acho que, no fundo, será melhor para o centro recomeçar do zero, com um projecto novo e com novos lojistas”, sustentou.

Segundo Luís Lopes, o Imaviz “pode até fechar por uns meses [ou por] um ano, mas irá abrir, [pois] há sempre pessoas interessadas” em mantê-lo activo.

O responsável deu ainda conta de que, juntamente com outras duas empresas – uma de telecomunicações e outra de gás e electricidade – está a “agendar uma limpeza para o centro” e garantiu que “há proprietários interessados em reabilitá-lo”.

Actualmente, o Imaviz não tem nenhuma administração, já que a empresa que geria o centro entrou em insolvência. Esta função passou para os proprietários das lojas.

A agência Lusa tentou contactar alguns destes proprietários, sem sucesso até ao momento.

Em Março do ano passado, e com a ocupação total das lojas do andar térreo, o lojista Luís Lamelas fazia um balanço positivo dos primeiros seis meses do Imaviz Underground.

Em 2013, o projecto recebeu uma nomeação para os prémios da revista Time Out como “Novidade do ano”.