Mercados à espera de certezas sobre a Grécia e a Ucrânia

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Primeiro resgate financeiro à Grécia é de 110 mil milhões de euros Foto: John Kolesidis

O primeiro diz respeito à reunião extraordinária do Eurogrupo (ministros das finanças da zona euro), hoje, para debater a problemática grega, da qual se espera que seja alcançado um primeiro entendimento (técnico) entre os planos do Governo daquele país e o programa de assistência financeira (troika), que permita perspectivar a longa maratona de negociações que se avizinham para uma resolução duradoura do problema económico, financeiro e da dívida da Grécia.

O falhanço de uma concertação na reunião de hoje colocará a Grécia numa situação financeira muito delicada, não estando excluído um forte agravamento do stress nos mercados, com uma quase certa corrida aos bancos, pressionando a Grécia para a saída do euro. Foi neste contexto que o BCE depois de ter facilitado ao banco central grego uma linha de crédito de 60 mil milhões de euros (ELA – Emergency Liquidity Assistance) a conceder aos bancos do país, decidiu na semana passada reforçá-la em mais 5 mil milhões de euros.

O teste grego que esta semana se inicia, a ser bem sucedido, constituirá um passo importante para o aprofundamento da integração financeira da região e, no caso de insucesso, o princípio de um longo período de grande turbulência nos mercados, de consequências difíceis de antever e quantificar, das quais a desintegração do projecto euro não poderá ficar excluído.

O segundo grande aspecto a estar sobre escrutínio dos mercados será a capacidade de cumprimento do acordo alcançado na quinta-feira em Minsk que colocou frente-a-frente os presidentes Poroshenko (Ucrânia) e Putin (Rússia), sob iniciativa diplomática da chanceler Merkel e do presidente Hollande, para pôr fim ao conflito no leste da Ucrânia. O acordo, constituído por 13 pontos, retoma o já pré-estabelecido em Setembro de 2014, e que não conseguiu êxito no terreno, e tem como principal ponto um cessar-fogo a partir das zero horas do dia de ontem (domingo), a que se deverá seguir uma retirada do quadro do conflito de todo o equipamento militar pesado, libertação de prisioneiros, atingindo mesmo aspectos na vertente social, ao determinar o restabelecimento dos laços sociais e económicos entre a Ucrânia e as áreas rebeldes, incluindo pagamento de pensões e de outras prestações.

Ao início da madrugada desta segunda-feira foram divulgados os dados para o crescimento do PIB japonês no 4º trimestre, para o qual se esperava um firme resultado em território positivo, após dois trimestres de contracção, decorrente da elevação de 5% para 8%, em Abril passado, do imposto sobre consumo. A constatação por parte das autoridades de que o agravamento de 8% para 10% no referido imposto, já acordado para o próximo Outubro, poderia ser um grave erro, conduziu à convocação de eleições gerais, tendo o primeiro-ministro Shinzo Abe ganho legitimidade para diferir este novo aumento.

Na zonaeEuro, dois grandes grupos de indicadores, com andamentos de natureza distinta, irão ser acompanhados. De um lado, os resultados preliminares dos inquéritos de confiança aos empresários da região (os PMI da indústria e serviços) deverão apontar que em Fevereiro se evidenciou uma melhoria no sentimento daqueles agentes económicos, tanto na zona euro como um todo, como na Alemanha e em França, embora nesta revelando ainda uma certa contenção. De outro lado, a informação sobre a inflação deverá confirmar um comportamento degradado, corroborando as preocupações da autoridade monetária nesta vertente.

Nos Estados Unidos, serão a actividade industrial e o mercado habitacional que vão estar sob escrutínio. No primeiro caso, é esperado um avanço quer no grau de utilização da capacidade produtiva instalada, quer na produção do sector em Janeiro, esperando-se também resultados favoráveis no sentimento destes empresários em Fevereiro, nas regiões de Filadélfia e Nova Iorque. A confiança dos empresários do sector habitacional, no segundo caso, também deverá apresentar uma ligeira melhoria em Fevereiro.

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