Movimento islamófobo falha na Suécia e Áustria
Manifestações inspiradas nas do Pegida na Alemanha não têm conseguido grande mobilização.
Tal como outras manifestações do Pegida noutros países, a acção em Malmö foi vigiada e manifestantes e contra-manifestantes separados por barreiras. A igreja católica local decidiu fazer uma missa, à mesma hora da manifestação, pela tolerância religiosa, mas recusou chamar-lhe uma acção contra a manifestação do Pegida.
A terceira cidade sueca é a que tem mais muçulmanos, e o seu número tem aumentado com a chegada de refugiados fugindo da guerra na Síria (a Suécia é o único país da UE a dar residência permanente a qualquer sírio que peça asilo).
Em Dezembro, o Governo sueco quase caiu passados apenas dois meses no poder por causa do partido anti-imigração Democratas Suecos, que com 49 deputados em 349 conseguiu aliar-se à oposição conservadora. No entanto, conservadores e coligação no Governo conseguiram concluir um acordo para áreas essenciais, mantendo assim restrita a influência do partido populista.
Na Áustria, duas manifestações do Pegida – na semana passada em Viena e no domingo em Linz – também reuniram grandes multidões, com as contramanifestações a serem superiores. Em Linz, 150 simpatizantes do Pegida saíram à rua contra cerca de 2000 contra-manifestantes. Em Viena, na segunda-feira, tinham sido 400 apoiantes do Pegida e 5000 contra. Na capital austríaca, houve saudações nazis e slogans alusivos ao Terceiro Reich – o que não aconteceu em Linz. Ao contrário do que se passa na Alemanha, na Áustria a extrema-direita é a terceira força política no Parlamento, onde reclama medidas contra a imigração e a “islamização”.
O movimento Pegida nasceu de manifestações que começaram a 20 de Outubro na cidade alemã de Dresden, na antiga RDA. Começaram por ser poucas dezenas, mas chegaram a um máximo de 25 mil pessoas no dia 12 de Janeiro, após os ataques contra o Charlie Hebdo e um supermercado de produtos kosher em Paris.
Noutras cidades alemãs, contra-manifestações foram sempre maiores e impediram que o movimento ganhasse força. Em Dresden, o movimento dividiu-se após uma polémica envolvendo o promotor dos protestos disfarçado de Hitler, e por desentendimentos entre os seus apoiantes.
Um novo movimento saído do Pegida levou a cabo a primeira acção em Dresden no domingo, juntando apenas 500 pessoas – tinham-se inscrito 5000, segundo a polícia.