Autor da denúncia do HSBC reclama protecção dos informadores
Em entrevista concedida à televisão suíça RTS, este antigo informático do HSBC disse que, “se se quiser contrabalançar a impunidade, é preciso dotar-se dos meios para o fazer”.
Falciani obteve ficheiros do seu antigo empregador que permitiram a um consórcio internacional de jornalistas, liderado pelo Le Monde, expor um imenso sistema de evasão fiscal europeu.
O franco-italiano, de 42 anos, que é procurado pela Justiça da Suíça, designadamente por “violação do segredo bancário”, e cujas informações permitiram a revelação de milhares de nomes de detentores de contas na Suíça, declarou que beneficia de protecção em França.
Os lançadores de alertas devem beneficiar de uma protecção “não apenas física, mas também profissional, de reputação, jurídica”, disse na estação RTS.
Considerou também que estes informadores merecem um apoio financeiro. “Não se deve ser estúpido. Não se deve ser ingénuo. Somos feitos de carne e osso”, declarou.
O informático, que foi acusado de ter roubado os ficheiros do HSBC para os vender, negou ter recebido dinheiro.
Estimou que outros informadores ou lançadores de alerta podem aparecer se forem disponibilizadas protecções.
“Não sou o único nesta situação que deve ser protegido”, declarou. Disse que defendia a criação de “um estatuto, qualquer coisa que se crie na base das experiências” dos envolvidos, como ele e outros.
Falciani exprimiu ainda o desejo de a Suíça processar o HSBC, à semelhança da França e da Bélgica. “É o mínimo. Espero que ainda lhe reste energia suficiente, depois destes seis anos a investigar a minha pessoa, para inquirir o banco”, declarou.