Vitacress entra na Polónia e na Alemanha para diversificar mercados

Produtora de saladas embaladas começou a exportar este ano para dois novos países. Em Portugal, quer aumentar área de produção e está de olho no Alqueva

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A Vitacress tem instalações em Odemira

“Chegar à Polónia é um sonho antigo que se está a começar a concretizar. Fizemos alguns envios bem-sucedidos e esperamos continuar a fazê-lo até ao final da Primavera, altura em que lá começam a ter produção própria”, disse. As folhas de alface são enviadas para aquele país e o embalamento é feito localmente. Se tudo correr bem, as vendas recomeçam a partir de Outubro, estendendo-se até Abril do ano seguinte.

Cerca de 30% da facturação (que se manteve nos 22 milhões de euros em 2014) é conseguida graças às exportações. A Vitacress tem diversificado produtos e está de olho nas ervas aromáticas, gama que por enquanto representa pouco mais de 7% nas vendas. O maior cliente deste produto é o Reino Unido. De acordo com Luís Mesquita Dias, a intenção é aumentar a produção em cerca de cinco hectares, o que significa um aumento da área coberta na ordem dos 50%. “Estamos a procurar soluções de pessoas que tenham áreas cobertas disponíveis, simplesmente em regime de aluguer do espaço ou que nos queiram vender ervas aromáticas se tiverem preparação adequada e corresponderem aos nossos requisitos técnicos”, explica.

As necessidades de mais área agrícola estendem-se também às restantes gamas de produtos. A Vitacress tem um projecto para produzir no Alqueva, ainda longe de estar concluído. “Estamos a chegar a uma situação em que as terras que temos disponíveis, entre nossas e alugadas, não são suficientes se quisermos trabalhá-las de forma agronomicamente correcta, com os descansos que é preciso ter”, revela. A empresa ainda não chegou a acordo com produtores para arrancar com produção nas terras abrangidas pelo perímetro de rega. Mesquita Dias diz que os entraves têm a ver com a disponibilidade dos agricultores, já envolvidos noutros projectos.

O director-geral da Vitacresse falava à margem da Fruit Logistica, a maior feira de frutas e legumes do mundo onde, até esta sexta-feira, 44 empresas portuguesas tentam captar novos clientes. Os frutos do investimento só serão provados mais tarde, até porque “há o hábito de os países do Norte encararem Espanha e Itália como fornecedores quase naturais”. “Adiantaram-se muitos anos em relação a nós e estamos, agora, a tentar recuperar esse atraso”, sustenta.

Ontem, o secretário de Estado da Alimentação, Nuno Vieira e Brito, visitou o certame e adiantou aos jornalistas que Portugal vai assinar um memorando de entendimento com Cuba para poder exportar, já este mês, conservas, carne de porco, lacticínios ou produtos vegetais transformados.

“Ainda este mês teremos reposta positiva de Cuba para um conjunto de empresas que visitaram o país”, disse, referindo-se a uma comitiva de 20 empresários que em Dezembro se deslocaram a Havana para tentar desbloquear portas comerciais. O acordo comercial que será assinado pretende “agilizar e acelerar os procedimentos de habilitação de empresas e oportunidades de negócio”, explicou.

Além de Cuba, a secretaria de Estado da Alimentação tem em mãos dezenas de negociações para a entrada de produtos alimentares nacionais em novos mercados. Este ano, por exemplo, Nuno Vieira e Brito espera fechar o dossiê sanitário de vários tipos de fruta para a Costa Rica, Peru, Equador, Colômbia ou México.

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