Charlie Hebdo regressa a 25 de Fevereiro
“Provavelmente não haverá” caricaturas de Maomé no novo número.
Desde 14 de Janeiro que a edição do Charlie Hebdo se encontra suspensa.
A “edição dos sobreviventes” saiu para as bancas precisamente a 14 de Janeiro, com uma tiragem recorde de sete milhões de exemplares vendidos em todo o mundo ao longo das últimas semanas. Antes do atentado, o jornal vendia cerca de 30 mil cópias semanalmente. Com essas vendas, mas também graças aos donativos de várias origens na sequência do ataque perpetrado pelos irmãos irmãos Chérif e Saïd Kouachi, o Charlie Hebdo conseguiu angariar mais de dez milhões de euros.
O anúncio do regresso do Charlie Hebdo, que enfrentava graves problemas financeiros, foi feito por Laurent Léger, jornalista do semanário, no Twitter. “Finalmente! Um pouco mais de paciência, Charlie Hebdo voltará a sair a 25 de Fevereiro. Encontro marcado em todos os bons quiosques”, escreveu.
Segundo a AFP, o número de 14 de Janeiro, que voltou a pôr Maomé na capa, continua nas bancas depois de a primeira edição ter esgotado e ter sido reposta. A capa com o profeta do Islão, cuja representação imagética é considerada heresia pelos muçulmanos, gerou manifestações de ultraje em alguns países e mostrava Maomé de lágrima no olho, sob um título que dizia "Tudo está perdoado" e segurando um cartaz com a frase "Je Suis Charlie" - que se tornou sinónimo da defesa da liberdade de expressão e de contestação aos atentados que começaram pelo tiroteio na redacção do Charlie Hebdo e que se prolongaram por mais três dias em Paris, vitimando um total de 17 pessoas. Entre elas estavam os desenhadores Charb, Wolinski, Tignous, Honoré e Cabu, além dos cronistas Bernard Maris e Elsa Cayat e o revisor Mustapha Ourrad.