Vença o Syriza
Portugal não pode continuar a fingir que é diferente da Grécia. Não é.
Se ganhar com maioria, fará frente à União Europeia e defenderá uma união financeira que ajudará os países mais pobres, como Portugal.
Portugal não pode continuar a fingir que é diferente da Grécia. Não é. A Espanha, maior, também sabe que faz parte do mesmo grupo do savoir vivre que inclui a Itália inteira e quase toda a França.
A verdade é que existe — e sempre existiu — uma Europa do Sul, em que cada país se dividiu, inutilmente, entre Norte e Sul.
Se o Syriza ganhar (ou perder), devemos abraçá-lo e solidarizarmo-nos com ele. As eleições nacionais são a última afirmação da escolha política.
Poderia haver na Grécia um partido que, ao contrário do Syriza, quisesse sair do euro e voltar ao drachma, poupando biliões. Até há. Mas não têm hipótese de ganhar.
Os poderes do Norte da União Europeia querem dividir-nos e obrigaram-nos a competir entre nós, para descobrirmos quem é o escravo mais cumpridor.
Não há maior beleza do que a união política dos pobres e devedores. Obrigarmo-nos a ser de direita ou de esquerda é a mais horrenda manobra divisionista.
Hoje é domingo e a eleição na Grécia atira-nos para o silêncio. Isso é que era bom. Hoje queremos que ganhe o Syriza e, por conseguinte, as opiniões portuguesas que ainda sonham com um mínimo de liberdade.
Assim seja.