}

PJ investiga morte de padre em Esposende

A polícia não descarta para já qualquer cenário, inclusive o de homicídio, mas a hipótese mais provável é do que terá morrido enquanto tentou realizar uma traqueostomia com uma faca para conseguir respirar.

Foto
A investigação foi conduzida pela Polícia Judiciária de Aveiro

Fonte da Judiciária adiantou ao PÚBLICO que todas as linhas de investigação estão em aberto, não estando descartada, para já, a hipótese de homicídio. Porém, é cada vez mais forte a hipótese, para os investigadores, de que a morte poderá ter resultado de uma grave infecção respiratória. O padre José Miguel Pereira, de 40 anos, que sofria de uma doença respiratória crónica aguda, poderá ter deixado de conseguir respirar. Uma das linhas de investigação é a de que o pároco terá, aflito, tentado abrir um orifício na traqueia (uma traqueostomia) com uma faca de cozinha, numa tentativa de resolver a situação, mas sem sucesso.

O pároco foi encontrado, pelas 21h00 de terça-feira, ainda com a faca na traqueia por familiares e por paroquianos que estranham não o ver durante todo o dia de terça-feira. O cadáver estava no chão da cozinha da residencial paroquial. A GNR foi chamada de imediato tendo depois sido informada a PJ que se deslocou ao local com inspectores e elementos do Laboratório de Polícia Cientifica.

Na casa paroquial, segundo fonte policial, os investigadores não encontraram qualquer vestígio que indicie a intervenção, para já, de outra pessoa no incidente. As divisões da habitação não apresentavam sinais de terem sido remexidas, não faltava qualquer objecto nem a porta foi arrombada. Não existiam também sinais de qualquer luta no interior da casa. Apesar de estes indícios afastarem aparentemente algumas linhas de investigação, como a de a morte ter resultado de um assalto, a PJ continua a investigar todas as opções que expliquem o ocorrido.

O cadáver foi transportado para a morgue do Hospital de Santa Luzia, em Viana do Castelo. A autópsia que se realiza esta quinta-feira deverá fornecer mais indícios sobre o que realmente sucedeu.

O PÚBLICO tentou, sem sucesso, contactar o porta-voz da Arquidiocese de Braga. O responsável disse, porém, à agência Lusa que não iria fazer comentários sobre as eventuais causas da morte, alegando que é preciso esperar pelo resultado das investigações.

José Miguel Pereira foi director do jornal Diário do Minho e em 2012, segundo fonte policial, fez parte, como guarda-redes, da equipa de padres que se consagraram campeões europeus de futsal, depois de conquistarem um torneio na Hungria. Aliás, José Miguel Pereira, era também conhecido em Esposende por integrar também equipas de futsal que jogam contra equipas da GNR em torneios amadores.

Até hoje, agentes policiais contactados pelo PÚBLICO, que chegaram a jogar futsal com o padre, desconheciam os problemas respiratórias de que padeceria. Além de Apúlia, José Miguel Pereira, tinha ainda a seu cargo a paróquia de Rio Tinto, também em Esposende.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários