Edição do novo álbum de Björk teve que ser antecipada
O disco tinha ido parar ilegalmente à Internet no domingo. O acontecimento tem pontos de contacto com o que sucedeu com Madonna em Dezembro.
No domingo o novo álbum de Björk – que havia sido anunciado uma semana antes para Março, para coincidir com a grande exposição do MoMA de Nova Iorque – foi parar ilegalmente à Internet. Dessa forma a islandesa foi obrigada a reagir aos acontecimentos.
E aí está: o álbum Vulnicura já está à venda no iTunes, a partir desta quarta-feira. O lançamento físico, em CD e vinil, mantém-se para Março. Foi a própria quem o comunicou na terça-feira nas redes sociais, nomeadamente nas suas contas oficiais do Facebook, Twitter e Instagram.
Em Dezembro havia acontecido algo semelhante com Madonna. Na altura a cantora viu uma série de canções não finalizadas do seu novo álbum, previsto para Março, irem parar à Internet. Como resposta colocou seis canções oficiais à venda referentes o novo álbum, Rebel Heart, argumentando que preferia que os admiradores ouvissem as versões definitivas do que as inacabadas, ao mesmo tempo que denunciava o acontecido com palavras muito incisivas, falando de “uma violação artística” e de “uma forma de terrorismo” contra o processo criativo.
Ao contrário do que até agora tem sido a norma, no caso dos discos que acabam a circular na Internet antes da data oficial de edição, estes dois casos parecem conter contornos novos. Por norma, os discos acabam a circular ilegalmente na Internet apenas semanas antes e não com tanto tempo de antecedência, devendo-se a descuidos durante o processo de gravação ou a responsabilidades atribuídas a pessoas que estiveram envolvidas no procedimento de feitura ou de divulgação – de engenheiros de som a jornalistas.
Em Dezembro, Madonna dizia que tinham entrado directamente no seu computador, atribuindo a responsabilidade a um ataque informático de um hacker ou um grupo de hackers, sendo até estabelecidos pontos de contacto entre o sucedido e os também recentes ataques informáticos à Sony Pictures ou aos iPhones de celebridades.
Uma outra visão é a que sustenta que alguns destes alegados ataques informáticos são, afinal, formas de os próprios artistas fazerem recair sobre si as atenções. Em algumas situações poderá ser verdade. Noutros, nitidamente, não o é.
Nesta quarta-feira, surgiram notícias a partir de Israel, que dão conta da detenção de um homem suspeito de ter perpetrado ataques informáticos em vários computadores de músicos ao longo dos últimos meses. A investigação terá sido desencadeada precisamente depois de uma queixa apresentada por um representante de Madonna.
No caso de Björk não se sabe, para já, o que terá acontecido. Neste momento a cantora parece mais interessada que as atenções não se desviem da sua actividade artística. Num comunicado publicado no seu Facebook limitou-se a agradecer aos admiradores que mantêm interesse pelo seu trabalho, ao mesmo tempo que explica como foi o processo de criação, das primeiras composições à mistura final, das nove canções que compõem o disco.
“Alejandro (Arca) entrou em contacto comigo no Verão de 2013, interessado em trabalho em conjunto. Foi a altura certa. Criar as batidas para as canções teria levado uns três anos (como em Vespertine), mas essa ‘Arca encantadora’ visitou-me repentinamente e meses depois tínhamos um álbum completo”, refere na mensagem, dessa forma enaltecendo o papel que o venezuelano Arca teve na feitura do disco.
Para além de Arca participam no álbum o inglês The Haxan Cloak e Antony, que canta em Atom dance. Este ano Björk está envolvida em várias acções, como uma retrospectiva no museu MoMA de Nova Iorque, um livro e uma digressão internacional, com vários concertos já marcados. O último álbum da islandesa, Biophilia, foi lançado em 2011.