CP retira 51 comboios por dia na linha de Cascais

Frota envelhecida obriga a mais tempo de imobilização para manutenção.

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Na CP, a Linha de Cascais servirá de projecto-piloto para a abertura das restantes concessões a privados Nuno Ferreira Santos

Deste modo a empresa reduz em 51 o número de comboios diários que circulam na linha de Cascais, passando dos actuais 251 para 200.

As principais alterações incidem sobre o período fora das horas de ponta (das 10h00 às 17h00 e após as 20h00), com a supressão das circulações que começavam e terminavam a sua marcha em Oeiras. Durante esse período todos os comboios passam a fazer o percurso total da linha com paragem em todas as estações.

No período das horas de ponta a oferta mantém-se praticamente inalterável, embora com ajustes nos horários. Durante os feriados e fins-de-semana também não há alterações, mantendo-se os 52 comboios por dia em cada sentido com paragem em todas as estações.

Esta redução da oferta em 20% justifica-se pela situação dramática em que se encontra a envelhecida frota da CP na linha de Cascais, que exige cada vez mais tempo de imobilização dos comboios nas oficinas para proceder a uma manutenção cada vez mais difícil e mais cara.

A CP não pode reforçar a sua frota neste eixo devido à especificidade da sua alimentação eléctrica que é de 1500 volts em corrente contínua, enquanto que no resto da rede ferroviária electrificada é de 25.000 volts em corrente alterna.

A empresa ponderou até reduzir a velocidade dos comboios para poupar os seus motores, mas esta medida não foi, para já, implementada.

Os problemas com a manutenção são assumidas pela CP que prefere ter menos comboios a circular a horas do que uma oferta maior, mas sujeita a constantes atrasos e supressões, como tem vindo a acontecer frequentemente.

Fonte oficial da empresa disse ao PÚBLICO que a taxa de ocupação dos comboios, fora das horas de ponta, na linha de Cascais é de 22%, sendo de 11% nos comboios “curtos” entre Oeiras e Cais do Sodré que agora serão eliminados.

Esta redução da oferta terá, naturalmente, consequências na procura, mas a CP não tem qualquer estudo sobre esse impacto.

A concessão da linha de Cascais era uma das promessas do governo, na convicção de que a vinda de capital privado poderia trazer com ele novas composições e uma melhoria do serviço. Mas o concurso público foi sendo sucessivamente adiado.

Entretanto, o governo decidiu que não seria a CP a subconcessionar aquele serviço, mas sim a futura Infrastruturas de Portugal, a empresa que resultará da fusão da Refer com a Estradas de Portugal. Por isso, o processo para a concessão atrasou-se ainda mais.

A CP ficou assim condenada a continuar a gerir uma frota envelhecida, com comboios cujos motores datam de 1979, havendo alguns cuja concepção original é de 1959 e sobre os quais já foram feitas várias intervenções.

 

 

 

 

 

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