Alemanha mantém pressão sobre Rússia por causa da Ucrânia
Merkel disse que só quando acordos de Minsk forem respeitados "se pode discutir se as sanções devem ser levantadas”. Primeiro-ministro ucraninano deu o seu acordo.
“Penso que é preciso ver a aplicação da totalidade dos acordos de Minsk para que possamos dizer que essas sanções podem ser levantadas”, disse Merkel, em Berlim, numa conferência de imprensa com o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Iatseniuk.
Os acordos de Minsk foram uma tentativa para acabar com a guerra entre separatistas pró-russos e as forças governamentais ucranianas que fez mais de 4700 mortos desde Abril do ano passado.
A posição da chanceler recebeu de imediato a aprovação do seu homólogo. “Os acordos de Minsk devem ser respeitados, só depois se pode discutir se as sanções devem ser levantadas”, afirmou Iatseniuk.
Na segunda-feira, o Presidente francês, François Hollande, manifestou confiança na obtenção de “progressos” sobre a Ucrânia, na cimeira internacional prevista para 15 de Janeiro, em Astana, não excluindo a possibilidade de levantamento das sanções.
“As sanções devem ser levantadas se houver progressos. Se não houver progressos, as sanções continuarão”, disse. A França tem defendido um levantamento gradual das sanções, como forma de estimular o diálogo entre os governos de Moscovo e Kiev.
Mas a realização da cimeira na capital do Cazaquistão, em que se reuniriam os Presidentes ucraniano, Petro Porochenko, e russo, Vladimir Putin, sob a égide de Hollande e de Merkel, não está confirmada. A chanceler disse que os preparativos estão em curso, mas que o encontro só acontecerá “ após discussões previstas para os próximos dias”.
Hollande tinha já afirmado que só viajará para Astana “se houver uma possibilidade real de novos progressos”. “Se é só para conversar sem avançar, não vale a pena. Mas acredito que teremos desenvolvimentos”, declarou.
Em Washington, a porta-voz do Departamento de Estado, Jennifer Psaki, disse que as sanções não deverm ser levantadas a menos que sejam confirmados “progressos concretos” no terreno. Tal como a União Europeia, os Estados Unidos impuseram sanções à Rússia, argumentando com o apoio das autoridades de Moscovo aos separatistas ucranianos.