Zubin Mehta vai dirigir pela quinta vez o Concerto de Ano Novo em Viena
Espectáculo no Musikverein vai ser difundido para 50 milhões de espectadores em todo o mundo.
“Não poderia imaginar honra maior do que esta”, disse Zubin Mehta, na segunda-feira – citado pela AFP –, no intervalo de um dos ensaios para o concerto desta quinta-feira, que será difundido por quase uma centena de canais de televisão para 50 milhões de espectadores em todo o mundo.
O programa do concerto, já na 75ª. edição, vai ter cerca de duas dezenas de peças, maioritariamente de autoria da famosa dinastia Strauss, como a Marcha de Radetzky, de Johann Strauss Pai, ou o Danúbio azul, do filho. Fora da família Staruss, serão interpretadas o Galope do champagne, do compositor dinamarquês Hans Christian Lumbye, e Cavalaria ligeira, do austríaco Franz von Suppé, conhecido autor de operetas.
Apesar do tom ligeiro e festivo do programa, Zubin Mehta vai dirigir muitas peças pela primeira vez, o que o tem obrigado a um trabalho mais aturado nos ensaios. Mas o maestro põe a tónica no carácter festivo do evento, e no seu significado para os milhões de espectadores que a ele assistem em todo o mundo. “Há em todo o lado pessoas que se odeiam. Mas esta música aproxima-os durante duas horas e meia, e é isso que é importante”, disse Mehta ao diário austríaco Die Presse, citado pela AFP.
Depois de, na última edição, a Filarmónica de Viena ter sido dirigida por Daniel Barenboim num espectáculo que assinalou o centenário do início da Primeira Guerra Mundial, o Concerto de Ano Novo de 2015 – que começará às 11h15 (10h15 em Portugal, com transmissão na RTP1) – vai ser dedicado a celebrar instituições históricas da capital austríaca: os 650 anos da Universidade de Viena, os 200 anos da Universidade Técnica, mas também os 150 anos da abertura da circular rodoviária (Ring) que delimita o centro histórico.
No que diz respeito a Zubin Mehta, além da quinta vez que dirige o Concerto de Ano Novo, é mais um regresso a uma cidade a que está ligado desde que, com apenas 18 anos, aí se radicou para estudar no Conservatório de Música. Foi também em Viena que se estreou como maestro, em 1958, três anos antes de dirigir, pela primeira vez, a Filarmónica da cidade.
Ao longo daquela que é uma das carreiras de maestro mais celebradas no último meio século, Zubin Mehta foi director musical das filarmónicas de Los Angeles (1962-78) e de Nova Iorque (1978-91), sendo actualmente director vitalício da Filarmónica de Israel.