Acordo evita eleições antecipadas na Suécia
Entendimento alargado permite diminuir influência de partido anti-imigração, que tinha forçado a demissão do Governo.
O executivo de Löfven tinha-se demitido após a reprovação, pelo Parlamento, da sua proposta de Orçamento de Estado para 2015. Tinha chegado ao poder há apenas dois meses. O papel do partido anti-imigração Democratas Suecos no chumbo do orçamento (por causa dos gastos com a imigração) foi crucial para a queda do Governo, e causou preocupação num país conhecido pela estabilidade - estas eleições seriam as primeiras antecipadas dos últimos 50 anos.
Tanto direita como esquerda têm recusado negociar com os Democratas Suecos, que após as últimas eleições surgiu como o terceiro partido político do país. Uma das suas propostas é diminuir em 90% o número de refugiados na Suécia, que com 1960 pedidos por milhão de habitantes é o país da União Europeia com mais pedidos em relação à população.
A recusa do Orçamento provocou um debate sobre como as forças políticas tinham deixado que os Democratas Suecos ganhassem um poder inédito. A Suécia tem tido tradicionalmente governos minoritários, ainda assim estáveis, mas a ascensão do partido populista xenófobo para terceira força alterou o panorama.
Segundo as sondagens, o cenário de falta de maioria para cada um dos principais blocos, conservador e social-democrata, mantinha-se mesmo com a perspectiva de eleições antecipadas, marcadas para final de Março. Assim, os Democratas Suecos continuariam a ter o poder de escolher quem apoiar e forçar quedas de governos.
Com este acordo entre o Governo de coligação Social-democrata e Verdes, minoritário no Parlamento, e o apoio dos quatro partidos da coligação Aliança de centro-direita, será possível assegurar a aprovação de orçamentos e que o bloco maioritário mantém o primeiro-ministro.
O acordo, que inclui também posições comuns em três áreas (defesa, pensões e energia) deverá durar até às eleições de 2022, aplicando-se a quem quer que vença entretanto as eleições.
“O acordo significa que a Suécia pode ser governada numa situação parlamentar difícil”, anunciou o primeiro-ministro. “Há um desejo de entendimento, isso é bom para o país.”