Costa promete “confiança responsável” e deseja “vida nova” em 2015

A mensagem de Boas Festas do líder do PS é virada para as pessoas, porque entende que “o que dá sentido à política” é trabalhar para “uma sociedade mais justa e solidária”.

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Trabalho é a palavra mais repetida na mensagem de Natal do secretário-geral socialista DR
Depois de dizer que 2014 "foi mais um ano difícil para a maioria dos portugueses", referindo-se às “dificuldades que atingem as famílias portuguesas, em todas as suas gerações, dos mais jovens aos mais idosos”, assim como à “incerteza no dia de amanhã que mina a confiança das pessoas e das empresas, para mais num contexto internacional instável”, Costa mudou de página. “2015 é o ano em que teremos oportunidade de começar o caminho de mudança”, afirmou, referindo-se claramente às eleições legislativas que deverão ocorrer no Outono.

“Nesta época de Natal, quero dirigir a todos os portugueses uma mensagem de esperança e confiança no futuro. Acredito na nossa capacidade colectiva e tudo faremos para estar à altura dos desafios dos tempos exigentes que atravessamos”, afirma o líder socialista. Mas se as palavras parecem ir ao encontro dos avisos do Presidente da República, António Costa logo diz quais são as suas prioridades: “É possível trabalhar para uma sociedade mais justa e solidária. Pessoalmente, sinto que é esse trabalho que dá sentido à política”.

Trabalho é a palavra mais repetida na sua mensagem. Em várias acepções. É esse o primeiro sentido que dá à mudança: “Uma mudança para apostar em mais e melhor trabalho, permitindo a todos os portugueses contribuir para o desenvolvimento do país e realizar-se profissionalmente num trabalho digno e com direitos”.

Numa mensagem virada para as pessoas, sem se prender muito com questões económicas ou de Estado, o secretário-geral do PS prossegue o seu sentido de mudança: “Uma mudança para nos empenharmos num país com menos desigualdades e onde a cada um seja dada a sua oportunidade, onde o acesso à saúde e à educação com qualidade não seja só para alguns”. Ou seja, “um país onde ninguém seja deixado para trás”.

Deixa, por isso, uma mensagem aos “desfavorecidos”: “os que sofrem o desemprego, os doentes e os que vivem na solidão”. Fala da violência doméstica como algo que “envergonha” o país e faz do seu combate um desígnio nacional. E dirige-se especialmente aos emigrantes, sobretudo os que procuraram oportunidades noutras paragens nos últimos anos: “Portugal precisa de todos e temos que criar condições para que regressem e sejam parte activa no nosso futuro comum”.

Não fala de corrupção, mas pela positiva formula o desejo de que Portugal seja “um país onde as instituições mereçam cada vez mais o respeito dos cidadãos e onde os cidadãos participem mais na vida colectiva".

O apelo à participação de todos está ao longo de toda a mensagem. E insiste quando, já no fim, volta a falar de confiança. Não como uma promessa, mas como um desafio. “Um desafio que vos convido a enfrentarmos juntos em 2015. Um ano que seja mesmo novo, com novas opções, novas prioridades.”

E é aqui que entra, pela última vez, a palavra trabalho: “É para isso que estamos a trabalhar. Com energia, determinação e confiança saberemos construir uma alternativa às actuais políticas. O PS e eu próprio contamos com a mobilização de todos os portugueses para construir o futuro", conclui.

Costa antecipa-se, assim, à mensagem de Natal do primeiro-ministro, que será transmitida na noite do dia 25, e à mensagem de Ano Novo do Presidente da República, marcada para a hora de jantar do dia 1 de Janeiro.

 

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