Exportações de têxteis e calçado aumentaram quase 10% para 5500 milhões de euros
Os dois sectores criaram mais de quatro mil empregos nos últimos meses.
Em termos desagregados, a indústria têxtil e de vestuário exportou até Outubro 3900 milhões de euros e espera, no total do ano, atingir 4500 milhões de euros, no que será o melhor nível dos últimos 10 anos.
O sector do calçado exportou, nos primeiros nove meses do ano, mais de 70 milhões de pares de calçado, no valor de 1655 milhões de euros. O montante final das exportações deverá totalizar 1850 milhões de euros no final do ano, culminando cinco anos de crescimento consecutivo.
As vendas dos dois sectores contribuem positivamente para as exportações totais da economia portuguesa, que cresceram 9,4% em Outubro, o melhor mês do ano, em termos homólogos.
No caso da fileira do têxtil, que responde por cerca de 10% do total das exportações nacionais, Outubro foi o segundo melhor mês do ano, ao exportar 416 milhões de euros, mais 7,2% do que no mesmo mês de 2013 e mais 22% que em Setembro último. No sector do calçado, que representa cerca de 3% das exportações nacionais, as vendas de Outubro ascenderam a cerca de 130 milhões de euros.
A taxa de crescimento das exportações dos dois sectores, que chegaram a ser dados como estando em risco de extinção em Portugal, tem sido nos últimos anos muito relevante. Desde 2010, as exportações de calçado cresceram 45% e na têxtil ronda os 22%, entre 2009 e 2013.
O peso no mercado intracomunitário continua a ser muito elevado nos dois sectores, absorvendo 86% das exportações de calçado, com um crescimento de 8% ao longo do corrente ano, e 82,5% dos produtos têxteis e vestuário, com um crescimento de 9,8%. O mercado extracomunitário representa os restantes 14% do calçado e 18% na têxtil.
A APICCAPS, a associação do sector do calçado, destaca em comunicado os crescimento de vendas para as novas geografias, com destaque para os EUA (mais 65% para 33 milhões de euros), Canadá (mais 29,4% para 22 milhões de euros), Angola (mais 2,5% para 19 milhões de euros), Austrália (mais 26,8% para 7 milhões de euros) e China (mais 46,6% para 5 milhões de euros).
A ATP, a associação do sector têxtil destaca, em termos absolutos, os crescimentos para Espanha (quota de 31,7%), França (13,7%) Reino Unido (9,2%), Alemanha (8,4%) e EUA (4,7%). A associação destaca ainda os crescimentos para Angola (12,6%), Suécia (16,5%), Polónia (23,2%) e Noruega (34,3%).
A APICCAPS destaca que e o sector deverá voltar a assumir-se como "o produto que mais positivamente contribui para a balança comercial portuguesa", atingindo a sua posição líquida até Outubro mais de 1120 milhões de euros.
Para além do bom desempenho em termos de exportações, os dois sectores têm criado emprego nos últimos meses. Em declarações ao PÚBLICO, fonte oficial da APICCAPS admitiu que a indústria criou 1000 postos de trabalho nos últimos 15 meses, elevando o total a cerca de 35 mil no final do ano. A associação destaca ainda o efeito positivo de criação de emprego no interior do país, designadamente em Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Paredes de Coura ou Pinhel.
No sector têxtil, os dados de Janeiro a Agosto do corrente ano apontam para um aumento de 2,2% do emprego, o que representará cerca de 2700 novos trabalhos neste período.