Rebecca Newberger Goldstein é uma filósofa que escreve muito bem e tem um bom sentido de humor. É uma raridade irresistível. Tem a desvantagem de ser condescendente, como se estivesse a explicar a simplicidade de coisas que apenas parecem complicadas a crianças curiosas e inteligentes mas ignorantes. Faz lembrar aquilo que Gertrude Stein escreveu sobre Ezra Pound na Autobiografia de Alice B. Toklas: "he was like a village explainer, excellent if you were a village, but if you were not, not".
No livro Plato at the Googleplex (Why Philosophy Won't Go Away), ela mostra como a filosofia, agora como sempre, é divertida e importante.
Goldstein constrói díalogos filosóficos que fazem rir e pensar. Conta também uma excelente anedota: depois de 40 anos de trabalho, um bilionário compra um mansão no alto de uma montanha. Mas a vista para a baía e para o mar é limitada pelas árvores dos vizinhos. Ele gasta uma fortuna a cortar as copas das árvores mas continua a não ver a baía inteira. Por preços loucos, compra as casas de todos os vizinhos e deita-as abaixo. No dia em que acabaram todas as obras, senta-se finalmente no jardim com a mulher ao lado e à frente, desimpedida, uma vista maravilhosa da baía e do mar. Bebe um trago de champanhe, vira-se para a mulher e diz: "De facto, há coisas que nem o dinheiro pode comprar".
A filosofia está para muitas outras áreas de estudo, incluindo as ciências, como o dinheiro está para aquela vista.