Portugal é o quarto melhor em lista de desempenho climático

Redução das emissões de dióxido de carbono contribuíram para a boa classificação.

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Portugal mantém a mesma posição do ano passado Sérgio Azenha/arquivo

O Climate Change Performance Index (índice de desempenho de alterações climáticas) foi divulgado nesta segunda-feira, no âmbito de conferência anual das Nações Unidas sobre alterações climáticas, que decorre em Lima, no Peru. O trabalho é da responsabilidade da organização não-governamental GermanWatch e da Rede Europeia de Acção Climática, de que fazem parte várias organizações, entre as quais a portuguesa Quercus.

Com uma nota de 67 num máximo de 100, Portugal mantém este ano a posição do ano passado. A classificação mostra ainda uma melhoria substancial nos anos recentes: há três anos, Portugal estava em 14º lugar.

O índice tem em conta as emissões de dióxido de carbono (tanto o seu valor absoluto, como a sua evolução), as políticas ambientais nacionais (nomeadamente no que diz respeito às energias renováveis) e as posições internacionais de cada país nesta matéria.

Um dos factores a contribuir para a boa classificação de Portugal foi a queda nas emissões de dióxido de carbono a um ritmo superior ao declínio do produto interno bruto. Quando uma economia abranda, as emissões tendem também a diminuir. E uma redução a um ritmo superior indica que há factores para além do arrefecimento económico que estão a contribuir para um melhor comportamento ambiental.

Por outro lado, Portugal piorou no que diz respeito à evolução das emissões associadas ao uso residencial e de edifícios, e à produção de eletricidade. 

No índice agora divulgado, e para além da Dinamarca (que tem 78 pontos), estão à frente de Portugal a Suécia e o Reino Unido. Os dados usados na análise, que os responsáveis dizem serem os mais recentes, dizem respeito a 2012. Os 58 países analisados representam mais de 90% das emissões globais de dióxido de carbono.

Em comunicado, a Quercus considera que Portugal “é um exemplo de como lidar com a crise económica, obtendo resultados das políticas climáticas, reduzindo a dependência de recursos e lucrando com investimentos realizados por governos anteriores em áreas chave como as energias renováveis”. A organização ambientalista alerta, contudo, para o facto de a posição de Portugal estar “ameaçada pela política do actual Governo, que já abrandou alguns dos investimentos benéficos, em particular nas energias renováveis e na diversificação de fontes”.

Espanha, por exemplo, registou uma queda de oito lugares, para a 28.ª posição, ao passo que a Grécia se ficou pelo 35º (embora seja uma subida face ao ano anterior). A Irlanda, que se destaca por um bom desempenho no que diz respeito às emissões, melhorou dois lugares, ficando na 10.ª posição.

Os três primeiros lugares, porém, surgem simbolicamente vazios – o que significa que Portugal surge como estando na sétima posição. Os responsáveis pela ordenação consideram que nenhum país está a fazer o suficiente para merecer um lugar no pódio. “Tal como no ano passado, há, na opinião dos peritos, uma insatisfação generalizada em relação às medidas tomadas por cada país para assegurar, à escala global, um aumento de temperatura inferior a 2ºC, em relação à era pré-industrial”, refere o comunicado da Quercus.

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