Mais um negro desarmado morto a tiro por polícia, desta vez no Arizona
Perseguição e luta acabam com morte de Rumain Brisbon, 34 anos.
O incidente ocorreu na terça-feira à noite, quando um agente da polícia – ainda não identificado pelas autoridades – disparou contra o suspeito, achando que ele ia tirar uma arma do bolso. Estavam presentes a sua namorada e o filho de 15 meses.
As versões do que aconteceu são já muito diferentes. Para a polícia, Rumain Brisbon, 34 anos, era um homem com registo criminal que estaria a meio de uma transacção de droga quando um polícia, sozinho, o confrontou. No seu Cadillac havia uma arma semiautomática e marijuana. Para os amigos, era um pai de quatro filhos que estava a levar comida de um restaurante de fast food para o apartamento da família.
Tudo começou com um alerta à polícia de que estaria a haver uma transacção de droga perto de uma loja de conveniência. Um agente que estava perto respondeu à chamada e aproximou-se do carro de Brisbon, que saiu com as mãos na cintura, o que levou o agente a apontar-lhe a sua arma, e Brisbon fugiu.
Seguiu-se uma perseguição e à porta da casa da namorada do suspeito os dois envolvem-se numa escaramuça. Brisbon tem a mão no bolso e o agente, segurando-lhe a mão, pensou sentir uma arma, disse um porta-voz da polícia. Disparou quando sentiu Brisbon tirar a mão. Dois tiros, Brisbon morreu, e o que estava no bolso era um frasco de comprimidos.
A polícia defende o agente: “Ele fez exactamente o que lhe foi pedido que fizesse.”
Este é o mais recente caso depois da morte de Michael Brown, 18 anos, vítima de um polícia branco, em Ferguson, Missouri, a 9 de Agosto. A decisão recente de não levar o polícia a julgamento motivou protestos violentos. Desde então morreu ainda Tamir Rice, um rapaz de 12 anos, em Cleveland, Ohio, quando um polícia disparou contra ele após ver uma arma (que era de brincar), e Eric Garner, em Staten Island, Nova Iorque, vítima de asfixia por um polícia branco que não vai ser acusado.
O Presidente norte-americano, Barack Obama, já anunciou medidas para diminuir “um sentimento de profunda injustiça”.