Sindicatos da TAP entregam petição contra privatização da empresa
Documento, que já conta com mais de cinco mil assinaturas, pede referendo público sobre a venda.
De acordo com um comunicado enviado pela plataforma sindical, os subscritores do documento pretendem “manifestar publicamente a sua total discordância em relação à privatização da TAP”, que o Governo decidiu relançar a 13 de Novembro, depois de a primeira tentativa ter fracassado no final de 2012.
Os subscritores argumentam que se trata de “uma empresa de todos os portugueses”, vista como uma “extensão do território nacional, não podendo ser vendida sem o Governo demonstrar a utilidade pública desta venda, bem como a sua necessidade urgente e impreterível”.
Por outro lado, refere-se que a TAP “emprega mais de 12 mil trabalhadores directamente” e que “uma condução precipitada da sua venda (…) poderá prejudicar ainda mais a economia nacional”. Para os subscritores, “esta privatização, tal como já demonstrado noutras empresas do tecido empresarial do Estado, públicas ou não, tal como a PT, a EDP e a Cimpor, não protege os interesses nacionais”.
No documento, lê-se ainda que o modelo de privatização escolhido pelo Governo “não protege adequadamente as regiões autónomas, o hub [placa giratória] de Lisboa, as rotas ultramarinas ou a diáspora”. O caderno de encargos da venda, que determinará as condições da operação e os requisitos a cumprir pelo potencial comprador, ainda não é conhecido.
Por fim, escreve-se na petição que “a calendarização para a venda da TAP, que este Governo, em fim de mandato e derrotado em todas as sondagens públicas, preconiza, não pode ser aceite”.
E, por isso, pede-se que “se suspenda o processo de privatização da TAP”, que “em sede de comissão parlamentar se proceda à avaliação do modelo de privatização que o Governo propõe” e que “se proceda à realização de um referendo público, com carácter vinculativo, sobre se os cidadãos portugueses concordam com a privatização” da “companhia aérea de bandeira”.
A entrega desta petição surge num momento de instabilidade interna no grupo, que este ano já teve de cancelar mais de 700 voos por causa de greves. Além disso, o grupo perdeu o seu administrador financeiro esta semana. Luís Rodrigues renunciou na quarta-feira ao cargo, num momento crítico para a TAP.