Bancos Alimentares contra a Fome recolheram menos alimentos do que em campanhas anteriores

Campanha deste fim-de-semana realizou-se numa altura em que os Bancos Alimentares têm mais pedidos de ajuda e menos produtos não perecíveis para entregar, por estarem a receber menos doações da indústria agro-alimentar.

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Esta campanha contou com a colaboração de 42 mil voluntários Paulo Pimenta

Em comunicado, a presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, Isabel Jonet, indica que o balanço, que ainda não é final, é “positivo”, apesar das dificuldades económicas dos portugueses, mas representa um decréscimo face a campanhas anteriores.

 

 

 

 

“Os resultados, que voltam a surpreender pela solidariedade que os portugueses continuam a demonstrar, mantendo um significativo apoio a uma iniciativa em que acreditam e que os mobiliza, representam um decréscimo face a campanhas anteriores, embora não incorporem ainda os resultados da Campanha ‘Ajuda Vale’ nem da campanha online, que vêm adquirindo um peso cada vez maior nas contribuições particulares”, refere Isabel Jone

 

 

 

 

 

 

 

 

A responsável do banco alimentar adianta que os géneros alimentares recolhidos serão distribuídos, a partir da próxima semana, a 2.400 instituições de solidariedade social, que os entregam a cerca de 425 mil pessoas com carências alimentares comprovadas, sob a forma de cabazes ou de refeições confeccionadas. Esta campanha ficou marcada pela introdução de sacos de papel, mais amigos do ambiente do que os tradicionais sacos de plástico, embora recicláveis.

 

 

Até ao próximo domingo será também possível contribuir para a campanha através da ‘Ajuda Vale’, que tem como lema “uma ajuda que não pesa mas vale”, pedindo um vale com um código de barras específico para poder doar produtos nas caixas dos supermercados ou gasolineiras (BP e CEPSA).

  

 

A campanha, com o lema Mais solidariedade num contexto de dificuldade, realizou-se numa altura em que os Bancos Alimentares têm mais pedidos de ajuda e menos produtos não perecíveis para entregar, o que está associado a menos doações da indústria agro-alimentar.

  

 

“Aquilo que se verificou nos últimos tempos foi um grande acréscimo de produtos perecíveis, nomeadamente hortofrutícolas resultantes das medidas de gestão de crise que a Comissão Europeia adoptou em virtude do embargo da Rússia às exportações da União Europeia”, explicou Isabel Jonet em declarações à agência Lusa no sábado.

  

 

No ano passado, foram entregues 23.811 toneladas de alimentos (com o valor estimado de 33.935 milhões de euros), numa média diária de 95 toneladas por dia útil.