Presidente promove conferência sobre "novos rumos e esperança" para os jovens

Ciclo Roteiros do Futuro terá última conferência internacional em Maio. Organização quer debater valores e expectativas, a formação, a mobilidade, a relação com a cultura e com a cidadania.

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Adriano Miranda

Serão dois dias dedicados a debater as “visões caleidoscópicas” sobre o que é a juventude em Portugal e no mundo, tentando conciliar a visão interna e a visão externa – que tento pode ser trazida por um estrangeiro como por um jovem que tenha deixado Portugal e o olhe agora do lado de lá da fronteira – e ainda histórias de vida contadas na primeira pessoa. Cada vez mais as políticas da juventude têm que ser pensadas e vistas a nível europeu, defende fonte da Presidência, daí a necessidade destas visões externas.

Na apresentação da conferência, que decorreu esta segunda-feira, o neurocirurgião João Lobo Antunes, comissário do evento, afirmou que a conferência procurará “ter uma visão que articule as peças deste puzzle, deste enorme e intrigante fenómeno que é ser jovem”.

O também conselheiro de Estado considera importante que daqui possa sair um “retrato mais fiel e mais útil” tanto para os jovens como para quem decide as políticas sobre a juventude. “Quem quiser falar de jovens tem que os conhecer e perceber.” Em última instância, veria com bons olhos que se discutisse a criação de um instituto para o estudo da juventude, até porque, lembra, em todos os roteiros há uma preocupação de construir uma “visão prospectiva sobre os caminhos que se tem pela frente” nas áreas abordadas.

A organização vai debruçar-se sobre o universo dos jovens entre os 15 e os 35 anos – embora a definição de juventude varie bastante consoante os sectores. É bem possível que seja feita uma actualização e um alargamento de um estudo de 2008, promovido pelo Presidente da República, sobre a participação dos jovens na política. Mas também haverá largos testemunhos sobre o que Lobo Antunes designa de "cidadania paralela", um tipo de intervenção social tipicamente da juventude, que implica, por exemplo, voluntariado nas suas mais diversas formas de participação na sociedade, e que "não tem o reconhecimento devido, não é tangível nem mensurável".

Garantindo que os testemunhos que subirão ao palco da conferência não farão a “festa do elogio e do situacionismo” mas antes a “festa da realidade”, João Lobo Antunes lembra que os jovens portugueses de hoje são “cidadãos do mundo” que quando deixam o país “não saem para o desconhecido”.

Admite, também por isso, que “não podemos parar” o fluxo de saída de jovens que se tem acentuado nos últimos anos. Deseja que “saiam por boas razões, à procura de outro tipo de educação ou de uma experiência diversificada”. Mas também que “tenham sempre a possibilidade ou o potencial de voltarem. Isso é que devia ser garantido. Não é que não saiam; o que deve ser garantido é que voltem.”

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